terça-feira, 01 de julho de 2025

Publicação traz sete recomendações ergonômicas para teletrabalho

Por Martina Wartchow/Jornalista da Revista Proteção

‘Sete recomendações de Ergonomia para o teletrabalho em casa e/ou ensino/aprendizagem a distância para utilizadores de computadores portáteis, tablets e outros dispositivos móveis’ é título de publicação da IEA (Associação Internacional de Ergonomia). Com versão em português por meio de colaboração da Abergo (Associação Brasileira de Ergonomia), o documento pode ser acessado no link https://bit.ly/3bueuEm.

Conforme o texto, a Ergonomia constitui um importante recurso para gerir os desafios que trazem as tecnologias da informação e comunicação, cada vez mais presentes na vida dos trabalhadores, dos estudantes e da sociedade como um todo. Ainda mais em tempos de pandemia da Covid-19, em que o teletrabalho e o EAD são ferramentas indispensáveis para manter o distanciamento social e evitar o contágio pelo novo coronavírus. E tudo indica que, mesmo após a pandemia, continuar com o trabalho remoto será a opção para boa parte das empresas, assim como o crescimento do ensino a distância é uma tendência crescente.

É essencial, portanto, que recomendações e orientações no âmbito da Ergonomia sejam incorporadas de forma adequada a todas as fases de desenvolvimento dos produtos dessa família de tecnologias. Além da concepção, existe um vasto conjunto de aspectos de natureza ergonômica centrado nas dimensões físicas, cognitivas e organizacionais da interação (e das interfaces) entre o ser humano e a tecnologia.

A publicação aborda alguns dos problemas mais frequentemente observados nos lares de quem faz teletrabalho e/ou está em um processo de ensino/aprendizagem a distância. Os fatores determinantes incluem a concentração/distração das pessoas, a (in)capacidade de controlar a duração temporal do trabalho, a portabilidade/maneabilidade dos dispositivos, a (in)adequação dos layouts, a qualidade do ambiente luminoso, a adequação do mobiliário e outros fatores de natureza psicossocial.

As recomendações para a minimização dos impactos derivados desses fatores seguiram o formato dos ‘Pontos de Verificação Ergonômica’ desenvolvidos pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) e IEA. E são elas:

  • Recomendação nº 1 – Durante a utilização de equipamentos dotados de visor, a cada 20 minutos, faça uma pausa de pelo menos 20 segundos e fixe o olhar numa paisagem ou objeto a pelo menos dez metros de distância. Olhar para écrans (monitores) durante longos períodos em posições/posturas estáticas prolongadas pode causar diversos problemas de saúde, como tensão ocular ou desconforto e lesões musculoesqueléticas ligadas ao trabalho.
  • Recomendação nº 2 – Alterne entre a posição sentada e a posição em pé durante a utilização de equipamentos como tablet e computador portátil. Estudos recentes sugerem que ser sedentário aumenta o risco de doenças não transmissíveis, como lesões musculoesqueléticas, diabetes e doenças cardiovasculares.
  • Recomendação nº 3 – Apoie o braço enquanto segura o celular com a outra mão e levante o telefone para manter o pescoço o mais vertical possível. Enquanto utilizam os celulares, geralmente, os usuários adotam uma postura de flexão do pescoço com a cabeça para frente e seguram o dispositivo perto do corpo para reduzir a fadiga muscular no braço. Essa posição aumenta as exigências na coluna cervical e no ombro, o que pode causar dores no pescoço, síndromes cervicais e cefaleias.
  • Recomendação nº 4 – Utilize um suporte para o computador portátil, o tablet ou o celular e tente elevar sua altura para o nível dos olhos ou ligeiramente abaixo, por exemplo, colocando o dispositivo sobre livros ou revistas. Quanto mais a cabeça é flexionada para a frente, maior a pressão no pescoço e nos ombros, podendo originar lesões musculoesqueléticas dos membros superiores e do pescoço.
  • Recomendação nº 5 – Mantenha a orientação “paisagem” como padrão enquanto utiliza ou assiste a conteúdos nos dispositivos como tablets ou celulares e os segure com as duas mãos. Tablets maiores e mais pesados têm usabilidade reduzida e exigências musculares superiores, logo, seu uso com apenas uma das mãos deve ser limitado. Além disso, segurar o dispositivo no modo “retrato” com uma mão faz com que a imagem e o conteúdo pareçam menores, resultando em menor visibilidade. O uso inadequado pode resultar em lesões musculoesqueléticas dos membros superiores e pescoço e tensão ocular.
  • Recomendação nº 6 – Pare-Solte-Relaxe. Tente adotar esse comportamento como um hábito para fazer micropausas. Trata-se de uma prática para manter a saúde depois de utilizar dispositivos digitais, escrever e enviar mensagens. Por exemplo, no fim de um e-mail ou texto, pare o que está fazendo, solte o celular e estique/alongue, enquanto deixa os ombros caírem e as mãos rodarem para os lados. O objetivo é evitar lesões musculoesqueléticas dos membros superiores e pescoço.
  • Recomendação nº 7 – Utilize um teclado externo, preferencialmente ergonômico, ao enviar mensagens via tablet e celular durante muito tempo. Digitar caracteres utilizando um teclado no écran (monitor) origina muitos erros de digitação por causa das limitações de espaço especialmente na orientação “retrato”. Além disso, obriga a posturas extremas do punho e da mão que podem causar lesões musculoesqueléticas dos membros superiores e pescoço.

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