sexta-feira, 13 de junho de 2025

MPT-RJ pede R$ 20 milhões da MRV por trabalho similar ao de escravidão

Data: 01/09/2015 / Fonte: G1

Rio de Janeiro – O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) entrou com uma ação civil pública contra a construtora MRV Engenharia e Participações, em que requer o pagamento de R$ 20 milhões em danos morais por submeter trabalhadores a condição similar a de escravidão. O processo está em tramitação na 21ª Vara do Trabalho. Nele, o MPT-RJ requer, ainda, o pagamento de R$ 50 mil em dano moral individual a cada vítima.

A ação foi ajuizada no final de julho, após a construtora se recusar a pagar as indenizações por meio de termo de ajustamento de conduta com o MPT. Em fiscalização realizada em outubro, o MPT-RJ e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgataram 118 empregados que trabalhavam no canteiro de obras de um complexo de edifícios em Macaé/RJ em condições similares a de escravo.

Os funcionários eram submetidos a condições degradantes nos alojamentos e instalações sanitárias. Além disso, não tinham registro na carteira de trabalho e eram submetidos a jornadas acima do limite legal de 10 horas.

De acordo com o relatório de fiscalização, “a MRV não fornecia instalações sanitárias adequadas aos trabalhadores para satisfazerem as necessidades fisiológicas, como exige a dignidade mínima de ser humano”. O refeitório ficava localizado sobre os banheiros, o que contraria condições mínimas de higiene.

Os trabalhadores resgatados foram aliciados no Nordeste e tiveram que arcar com todos os gastos do processo seletivo, incluindo passagem para Macaé, alojamento e alimentação. No final do ano passado, ao serem resgatados, a MRV foi obrigada a pagar todas as verbas rescisórias, incluindo salários, férias, décimo terceiro, FGTS, entre outros, além de ressarcir as despesas dos trabalhadores com o processo seletivo e a transferência para o Rio de Janeiro.

Resposta da MRV
Em nota, a MRV Engenharia informa que a fiscalização em Macaé “se deu fora de padrões do Ministério do Trabalho e Emprego e que tanto os auditores do trabalho quanto o procurador do MPT agiram de maneira arbitrária”.

Ainda segundo a nota, os atos praticados naquela ocasião estão sendo questionados perante as autoridades competentes. Ainda, que foi contatada posteriormente pelo Dr. Marcelo José da Silva, procurador que participou da fiscalização junto com o MTE , para firmar um TAC no valor aproximado de R$ 500 mil, proposta que foi recusada pela MRV Engenharia considerando que nenhuma irregularidade foi por ela praticada.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!

Artigos relacionados