segunda-feira, 23 de junho de 2025

Frente Ampla em Defesa da Saúde de Trabalhadores defende o retorno da LDRT

Fonte: Frente Ampla em Defesa da Saúde de Trabalhadores

A Portaria GM/MS n° 2.345, publicada em 2 de setembro de 2020, no Diário Oficial da União – DOU, revogou a Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho – LDRT, publicada no dia 1° deste mês, por meio da Portaria GM/MS nº 2.309 de 28 de agosto de 2020. Entre as doenças listadas estava a Covid-19, que pode ter relação com o trabalho. O reconhecimento desse e de outros adoecimentos buscava orientar os serviços de saúde e não tinha fins previdenciários.

Para ser elaborada, a LDRT, que é publicada desde 1999, seguiu todos os trâmites legais e contou com a participação de profissionais da área de saúde, representantes de trabalhadores e empregadores, baseando-se em aspectos técnicos e científicos para apontar quando o trabalho pode ser um dos determinantes do adoecimento.

A Frente Ampla em Defesa da Saúde de Trabalhadores, que reúne 37 movimentos sociais, entidades e instituições, defende a importância da lista para a vigilância em saúde e para a atenção à saúde do trabalhador. A inclusão da Covid-19 é importante para o diagnóstico e para a elaboração de ações preventivas, o que é fundamental diante das mais de 120 mil mortes causadas por essa doença no Brasil, alcançadas neste início de setembro.

É importante resssaltar que, apesar da lista de doenças ter sido revogada, a Covid-19 relacionada ao trabalho deve continuar sendo notificada na ficha de acidente de trabalho, conforme orientação do Ministério da Saúde .

Processo democrático

A Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho foi instituída através da Portaria/MS n° 1.399, de 18 de novembro de 1999, cumprindo prescrição contida na Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080/90), que também determinou a sua revisão periódica. A aprovação da LDRT, publicada em 1° de setembro, seguiu rigorosamente os processos democráticos e participativos que pautam a discussão e decisões sobre a saúde coletiva no Brasil.

Para a atualização atual, a Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador (CGSAT/DSASTE/SVS/MS) desenvolveu ao longo de dois anos processo com a participação de diversas instituições, consulta pública por 60 dias e incoporação de sugestões recebidas. Houve a aprovação por diversas instâncias do Ministério da Saúde, com parecer jurídico favorável e apresentação na Comissão Intergestores Tripartite (CIT).

Para as entidades de saúde coletiva, de saúde do trabalhador e as representações de trabalhadores e trabalhadoras, a revogação traz prejuízos para a atenção à saúde do trabalhador nos serviços de saúde, para a vigilância em saúde e para a elaboração de políticas preventivas. Com a revogação, o Governo Federal desconsidera a importância da LTDR como ferramenta para uso clínico e epidemiológico. Faz-se extremamente necessária a retomada da vigência da Portaria GM/MS nº 2.309, de 28 de agosto de 2020, contendo a Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho atualizada.

MOVIMENTOS SOCIAIS, ENTIDADES E INSTITUIÇÕES PARCEIRAS DA FRENTE AMPLA EM DEFESA DA SAÚDE DOS TRABALHADORES (EM ORDEM ALFABÉTICA):

1) Associação Brasileira de Enfermagem – Seção Paraná (ABEn-PR)
2) Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO);
3) Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (ABET);
4) Associação Brasileira de Fisioterapia do Trabalho (ABRAFIT);
5) Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia (ABMMD);
6) Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO);
7) Associação Brasileira de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (ABRASTT);
8) Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA);
9) Associação dos Docentes da Unesp (ADUNESP);
10) Associação dos Expostos e Intoxicados por Mercúrio Metálico (AEIMM);
11) Associação Juízes para a Democracia (AJD);
12) Associação Nacional de Engenharia de Segurança do Trabalho (ANEST);
13) Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA);
14) Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB);
15) Central Única dos Trabalhadores (CUT);
16) Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES);
17) Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (CESTEH/ENSP/Fiocruz);
18) Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador da Região dos Vales (CEREST/Vales/RS)
19) Departamento de Saúde Coletiva – Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (DSC/FCM/Unicamp);
20) Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho (DIESAT);
21) Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ENF/UERJ).
22) Fórum Acidentes do Trabalho (FÓRUMAT);
23) Fórum Intersindical Saúde – Trabalho – Direito (Fiocruz/RJ);
24) Fórum Sindical de Saúde do Trabalhador (FSST/RS);
25) Fórum Sindical e Popular de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora de Minas Gerais (FSPSTT/MG)
26) Grupo de Estudos TRAGES (Trabalho, Gestão e Saúde/UFG);
27) Grupo de Pesquisa “Os paradigmas da Enfermagem no contexto da Saúde do Trabalhador” (ENF/UERJ)
28) Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo (GPTEC).
29) Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IAB-SP)
30) Instituto Trabalho Digno (ITD);
31) Núcleo de Epidemiologia da Universidade Estadual de Feira de Santana – BA (UEFS-BA)
32) Núcleo de Estudos e Pesquisa em Saúde e Trabalho (NEST/UFRGS);
33) Núcleo de Estudos Trabalho, Saúde e Subjetividade (NETSS/Unicamp);
34) Observatório Sindical Brasileiro – Clodesmidt Riani (OSBCR)
35) Pastoral Operária;
36) Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho (PPSAT/UFBA)
37) Rede de Estudos do Trabalho (RET).

SAIBA MAIS:

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!

Artigos relacionados