Porto Velho/RO – Um acidente envolvendo sete trabalhadores no canteiro de obras da Usina de Jirau, no rio Madeira, em Porto Velho, é investigado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). O acidente ocorreu na manhã do dia 1º de agosto, quando o guindaste que transportava uma peça com aproximadamente 30 toneladas para uma das comportas da usina em construção teve cabos de aço rompidos, o que provocou a queda do braço do guindaste e da peça que estava sendo guindada para onde seria acoplada para soldagem.
Os trabalhadores vítimas encontravam-se nos andaimes onde a pesada peça seria montada. Dois foram removidos para um hospital particular em Porto Velho, para receberem atendimento especializado e os demais foram atendidos no ambulatório existente no canteiro de obras. De acordo com os prontuários médicos de atendimento, os casos foram considerados menos graves. Alguns trabalhadores sofreram ferimentos leves causados por tombos dos andaimes onde se encontravam ou por pancadas no corpo na tentativa de se abrigar do perigo.
Nos andaimes, os trabalhadores fariam o serviço de guia de acoplagem da peça e em seguida a soldagem e por pouco seriam esmagados pelas 30 toneladas transportada pelo guindaste, que teve sua lança apoiada em uma das colunas do vertedouro, “o que evitou a ocorrência de possíveis acidentes fatais”, como admitiram os as vítimas em depoimento aos peritos do MPT e também outros operários, encarregados e engenheiros de segurança que acompanhavam a movimentação do guindaste.
Foram vítimas do acidente os trabalhadores Cláudio Roberto (baiano de Paulo Afonso), Gerônimo José (maranhense da cidade de Pinheiros), José Edson Gomes (baiano de Paulo Afonso), Benedito Pinheiro Cardoso (paraense de Abaetatuba), Sidnei Bezerra Cadete (pernambucano de Sertânia) e ainda José Epitácio da Silva e Evandro Morais da Silva. Seis dos trabalhadores são contratados da empresa ENESA e um da Camargo Correia.
Ao ser informado do acidente, o procurador chefe da Procuradoria Regional do Trabalho em Porto Velho, Francisco José Pinheiro Cruz, deslocou dois peritos e servidores de apoio ao canteiro de obras para realizar diligências e acionou a fiscalização da Superintendência Regional do Emprego (SRTE), que também enviou auditores ao local para adotar as providências cabíveis ao caso.
Os peritos Fausto Martuscelli e Antenor Oliveira, engenheiros e especialistas em segurança do trabalho constataram no local que o guindaste causador do acidente encontrava-se mal posicionado para movimentar a carga e operava nos limites máximo de angulação, de capacidade de carga e de distância. Os peritos também inspecionaram os locais onde os operários se encontravam durante a operação de movimentação da peça que despencou do guindastes.
Após avaliar o local do acidente e o equipamento que causou a queda da carga de 30 toneladas, os peritos ouviram os trabalhadores que se encontravam nos andaimes na ocasião. Eles colhiam subsídios para os relatórios técnicos que vão produzir para subsidiar a atuação dos procuradores do Trabalho que cuidarão do caso.
O acidente aconteceu poucos dias após a realização de uma força tarefa nacional do MPT, composta por 15 procuradores do Trabalho de todas as regiões do país. Por uma semana, diligências foram realizadas no canteiro de obras da usina e também nas frentes de trabalho das empresas envolvidas na construção do empreendimento, que integra o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo federal.
Entre os alertas feitos pelos procuradores integrantes da força tarefa do MPT aos responsáveis pela construção da usina e das terceirizadas envolvidas diretamente com a obra estava manter operários distantes dos equipamentos, principalmente relacionados a transporte de carga ou que exigam procedimentos que evitem a ocorrência de acidentes fatais.
MPT investiga acidente com trabalhadores na Usina de Jirau
Data: 02/08/2011 / Fonte: MPT – RO e AC
Com certeza uma boa inspeção no guindaste antes do inicio da atividade poderia evitar esse acidente grave com probabilidade de mortes no canteiro de obras. Com essa inspeção detectariam problemas no cabo de aço, e assim propondo ações corretivas para a situação. Outra precaução seria que, os funcionários só subissem no andaime depois de içada a peça e pronta para soldagem, usando assim cordas guias para chegar o mais próximo da acoplagem evitando o risco dos mesmos se acidentarem como foi o ocorrido.