Por Daniela Bossle / Editora da Revista Proteção
No último dia 28 de abril, data emblemática para a Saúde e Segurança do Trabalho, os profissionais da Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho) receberam a notícia de que a entidade será um dos 35 órgãos federais beneficiados pela 2ª edição do CPNU (Concurso Público Nacional Unificado), que oferecerá 3.352 vagas. O anúncio foi feito pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. A instituição, maior entidade de pesquisa em SST da América Latina e que completará 60 anos no ano que vem, terá 65 vagas para nível superior. O último concurso da Fundacentro foi em 2014, com 30 vagas para Assistente em Ciência e Tecnologia de nível médio.
O Concurso será dividido em nove blocos temáticos. Os candidatos optam por um deles e, nesse espaço, podem se inscrever para diferentes cargos em instituições variadas. Haverá dois dias de aplicação de provas. O primeiro, previsto para 5 de outubro, abrange questões objetivas, para todos os candidatos inscritos. A aplicação ocorrerá em 228 locais em todo o Brasil.
Já no segundo dia, previsto para 7 de dezembro, serão realizadas provas discursivas apenas para os habilitados na 1ª fase. A convocação para essa etapa contemplará os candidatos aprovados em até 9 vezes o número de vagas de cada cargo, tanto para ampla concorrência quanto para vagas reservadas.
No caso da Fundacentro, as vagas oferecidas se dividem em 40 tecnologistas, 15 analistas em ciência e tecnologia e 10 pesquisadores. Os detalhes serão especificados no edital, previsto para julho de 2025. Nesse mesmo mês, serão abertas as inscrições. A previsão é que o resultado seja divulgado em fevereiro de 2026.
PROBLEMAS ESTRUTURAIS
O anúncio de novas vagas traz um alento para a comunidade prevencionista e principalmente para quem atua na entidade. Porém, não é só de mão de obra que carece a Fundacentro. A estrutura física, tanto do Centro Técnico Nacional, em São Paulo, quanto das unidades regionais apresenta dificuldades há anos, principalmente no que se refere às condições das edificações e à falta de equipamentos para uma rotina normal de trabalho.
O educador e servidor aposentado do Centro Regional da Fundacentro em Pernambuco, José Hélio Lopes Batista, observa que além da recomposição do quadro de pessoal, a gestão precisa investir com urgência na recuperação física do patrimônio da instituição, sobretudo nas unidades descentralizadas nos estados. “Semana passada retornei a uma dessas unidades, que sempre foi um exemplo de eficiência, e fiquei estarrecido com tudo o que vi. Edificação com sinais visíveis de abandono, fechada para o público, sem sinal de internet há meses, impressoras e câmaras de segurança quebradas, infiltração de água, mofo tomando conta da valiosa biblioteca, auditório em petição de miséria e cobertura da rampa de acesso prestes a desabar”, relata José Hélio. Ele refere que possivelmente situações similares estejam se repetindo – em menor ou maior grau – nas demais unidades regionais e no Centro Técnico Nacional em São Paulo.
Questionado sobre o assunto pela Proteção, o presidente da entidade Pedro Tourinho afirmou que todos estão muito contentes com o anúncio das 65 vagas para o concurso e que a gestão já está ciente do desafio que isso implica para a organização da instituição. “Para além dos esforços que já têm sido feitos para enfrentar os problemas estruturais, estamos montando, agora, uma comissão interna com servidores de diversas áreas que vai preparar o que for necessário para o acolhimento adequado desses novos servidores. Esta comissão deve ainda passar uma análise dos nossos desafios estruturais e também vamos concluir o processo de revisão do nosso regimento para que a Fundacentro possa recebê-los fortalecendo a agenda de difusão, formação e pesquisa em Saúde e Segurança no Trabalho”, finalizou.
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