Por Raira Cardoso/Jornalista da Revista Proteção
Está disponível para acesso no site da Animaseg (Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho) o ‘Indicadores do Mercado Brasileiro de Equipamentos de Proteção Individual 2020’. Como explica o diretor executivo da entidade, Raul Casanova Jr., a publicação traz um levantamento do ano de 2019.
Seguindo a curva de recuperação iniciada no Brasil em 2017, após a crise dos dois anos anteriores, os indicadores apontam o aumento de 20% em reais e 10% em dólares, com um volume do mercado de R$ 10,3 bilhões e US$ 2,6 bilhões. “Tendo como maiores mercados os de vestimentas, calçados e luvas, que juntos representam 84% do total, deixando para os demais EPIs somente 16% do total”, revela. Já nas exportações brasileiras de EPIs, depois da queda de 1% registrada em 2018, as vendas voltaram a crescer em 2019 (11%), somando US$ 44,67 milhões.
Em relação ao mercado global de consumo de Equipamentos de Proteção Individual, houve acréscimo de 7% na variação anual, passando de US$ 40,62 bilhões para US$ 43,36 bilhões, no qual o Brasil corresponde a 6% do total. Estados Unidos/Canadá são responsáveis por 33%, seguidos da Europa (26%), Ásia/Pacífico (24%), Oriente Médio e África (6%), além da América Latina/sem Brasil (5%). Acesse o conteúdo na íntegra em http://bit.ly/3r0VEKz.
Também consta nos Indicadores da Animaseg expectativas para 2020, ano em que a pandemia do novo coronavírus impactou diretamente nos resultados do mercado de EPIs. “Dividimos o setor em dois grupos distintos. Primeiro, o das empresas que fabricaram e importaram Equipamentos de Proteção Individual para a área da saúde, que esperam triplicar seu faturamento. No outro, as demais empresas que forneceram todos os demais EPIs no pior período da pandemia, tanto pela falta de demanda, como por restrições impostas para continuarem funcionando”, explica Raul.
Segundo ele, esse segundo grupo conseguiu se reinventar e agora, com a normalização dos mercados, está se recuperando. “Se falarmos no mercado como um todo, um grupo compensando o outro, teremos aumento, em reais, de 8%. Entretanto, o mesmo volume, se considerado em dólares, apontará para um prejuízo de 17%”. Isso porque, de acordo com o diretor executivo da Animaseg, mesmo tendo investido para aumentar a exportação de EPIs, o Brasil sofreu com a proibição do governo de comercialização para fora do País de Equipamentos de Proteção Individual para a área hospitalar. Proibição essa que, no seu entendimento, foi desnecessária, uma vez que as empresas nacionais tinham condições de atender tanto o mercado interno quanto o externo. “Isso fez com que perdêssemos uma oportunidade de alcançar novos mercados, sem que precisássemos nos descuidar do abastecimento interno”, afirma.
FOCO NA PREVENÇÃO
Para 2021, Raul espera crescimento do mercado brasileiro de EPIs, principalmente pela conscientização da necessidade da prevenção com a utilização dos equipamentos gerada pela pandemia. “O Brasil é um dos poucos países do mundo que tem tecnologia para suprir seu próprio mercado e acreditamos que a pandemia pela qual estamos passando servirá de alerta para que o governo passe a prestigiar cada vez mais os produtos fabricados aqui, com legislações que favoreçam a produção e o consumo de nossos produtos”, pondera.
Aproveita ainda para pontuar que os EPIs brasileiros podem aumentar muito sua participação no mercado global, visto que há tecnologia e preços competitivos. “No entanto, isso ainda depende de foco, continuidade de esforços e da necessidade de termos uma consciência exportadora, tanto do governo quanto das empresas, promovendo ações para fomentar a busca para o mercado de exportação”, finaliza.