quinta-feira, 19 de junho de 2025

80 anos da CIPAA: uma ferramenta dos trabalhadores para prevenir acidentes

Por Gabriela Guedes/Imprensa SMetal

Neste domingo, 10, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio (CIPAA) completou 80 anos de criação e também marca o Dia Nacional de Prevenção à Surdez. Relembre a reportagem publicada na Folha Metalúrgica nº 1037, de julho deste ano.

Confira a edição completa da Folha neste link e saiba mais sobre saúde e segurança do trabalhador.

Veja a reportagem completa

Em novembro deste ano, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Assédio (CIPAA) completa 80 anos de ação dos trabalhadores para evitar acidentes e mortes no trabalho.

O principal papel da CIPAA é fiscalizar, ajudar a prevenir e conscientizar sobre os perigos de um ambiente de trabalho. A Comissão é eleita pelos trabalhadores e se reúne periodicamente para avaliar e sugerir melhorias.

Criada em 1944, no âmbito dos avanços dos direitos trabalhistas, com a implementação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a CIPAA não parou no tempo: segue sendo atualizada, na medida em que as discussões sobre a saúde do trabalhador avançam.

É o caso da incorporação do ‘assédio’ no escopo dessa ferramenta, que passou em 2023 a atuar para proteger trabalhadoras de assédio, seja sexual ou moral.

Outro exemplo é que, também em 2023, foram inseridas uma série de comorbidades à  Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (LDRT), como a Covid-19 ou o burnout, um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema devido a um trabalho desgastante.

A partir dessas alterações, os trabalhadores poderão ter os direitos à assistência, tratamento e afastamento do trabalho garantidos, quando comprovado o nexo causal, isto é, quando se comprova que determinada doença tem relação com o trabalho. E a CIPAA, entre outras entidades de fiscalização, tem a função de observar o ambiente para prevenir essas doenças.

Porém, para o diretor executivo e responsável pela pasta de saúde do SMetal, Antônio Welber Filho (Bizu), a CIPAA ainda precisa ser tratada com mais seriedade.

“Sabemos que em muitas fábricas a CIPAA não existe. É por isso que no Sindicato organizamos encontros de trabalhadores, muitas vezes cipeiros, para valorizar e fortalecer essa ferramenta tão importante para evitar acidentes e defender a vida dos trabalhadores”, afirma.

Vale lembrar que, de acordo com a Norma Regulamentadora nº 5, a CIPAA é obrigatória em empresas que têm grau de risco elevado e mais de 20 trabalhadores.

‘Cipeiro’ é a voz do trabalhador

“Nós, cipeiros, temos que lutar dia a dia para manter nossos companheiros em segurança. Na minha opinião, o principal desafio que temos hoje é conscientizar os trabalhadores sobre o uso dos EPIs da forma correta”. Edijessey Pavesi – Inspetor de qualidade na Kanjiko e atua há seis anos na CIPAA.

“Não é fácil mudar a disciplina e garantir uma segurança melhor. Nosso desafio é focar em incentivar o pessoal a usar os EPIs corretamente, além da averiguação das máquinas e dos equipamentos”. Nilton Natal – Inspetor da qualidade na Kanjiko e atua há quatro meses na CIPAA

“Há muitos desafios que podem dificultar o trabalho da CIPAA, especialmente em monitorar todos os riscos possíveis na jornada de trabalho. Por outro lado, é preciso destacar que novas tecnologias surgiram nos últimos anos, permitindo otimizar esses processos”. Camila Lima – Operadora de máquina na Toyota e atua na CIPAA há cerca de um ano.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!

Artigos relacionados