sexta-feira, 13 de junho de 2025

Tecnólogos lutam para obter aprovação da regulamentação da atividade e conquistar o reconhecimento das equipes de SST


Valdir Lopes
Data: 01/07/2014 / Fonte: João Guedes

Formados nos mais de cem cursos de Tecnologia em Segurança do Trabalho existentes no país, milhares de tecnólogos sonham com a regulamentação da atividade para ter mais oportunidades no mercado e consolidar a nova profissão entre as funções que integram as equipes de SST nas empresas.

Oferecida por um número crescente de universidades em todo o Brasil, a formação nasceu com a proposta de um curso superior especializado na área, colocando no mercado um novo tipo de profissional, com uma formação intermediária entre o técnico de Segurança do Trabalho e o engenheiro de Segurança do Trabalho.

A novidade que mobilizou centenas de instituições de ensino, no entanto, não se converteu em uma nova demanda por esses profissionais. Com diploma na mão, os tecnólogos reclamam das escassas oportunidades de trabalho, principalmente em função da falta de uma regulamentação que fixe, em lei, as suas atribuições.

Além disso, não há interesse da maioria das empresas em contratar um tipo de profissional que não integra a equipe obrigatória dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), que já conta com atividades tradicionais realizadas pelos engenheiros e técnicos segurança.

Outra barreira é a resistência dos demais profissionais da área, que alegam um possível conflito de competências e argumentam que as atuais equipes já dão conta de cuidar da área de SST nas empresas.

É nesse cenário que tecnólogos lutam para conseguir a aprovação da regulamentação no Congresso, de olho na conquista de novos espaços e de reconhecimento como membros das equipes multidisciplinares de SST.

Não faltam opções para quem deseja se tornar um tecnólogo em Segurança no Trabalho no Brasil. São cem cursos presenciais e 10 na modalidade a distância, oferecidos por instituições de ensino de todo o país.

Trata-se de um curso superior de tecnologia, modalidade de graduação disciplinada atualmente por um conjunto de decretos e portarias publicadas em 2006 pelo governo federal e Ministério da Educação. A duração é menor que a de uma faculdade tradicional. No caso da formação em Segurança no Trabalho, a exigência mínima é de 2.400 horas/aula, normalmente cumpridas em três anos.

Elaborado pelo MEC em 2010, o Catálogo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia descreve esse tipo de formação como um tipo de faculdade que “abrange métodos e teorias orientadas a investigações, avaliações e aperfeiçoamentos tecnológicos com foco nas aplicações dos conhecimentos a processos, produtos e serviços”. Em outras palavras, são mais focados e menos generalistas que os cursos tradicionais, com forte apelo prático.

O mesmo documento do Ministério define o tecnólogo de segurança como alguém que “planeja, implanta, gerencia e controla os sistemas de segurança laboral”. Também o descreve como integrante de equipes multidisciplinares em instituições, sendo membro do sistema de SST.

O leque de habilidades previsto na criação dos cursos e na minuta do MEC anima os estudantes que optam por essa formação, mas não conta com o reconhecimento generalizado no mercado de trabalho. Três fatores representam os principais obstáculos para a inserção desses profissionais: a falta de regulamentação da profissão, o fato de os tecnólogos não estarem previstos na NR 4 como membros do SESMT e a resistência dos demais profissionais do setor à chegada de um novo profissional dedicado à área.

Para o consultor e engenheiro de segurança Jaques Sherique, a maior barreira está na ausência de uma regulamentação que estabeleça legalmente as atribuições da profissão, situação que vem se arrastando nos últimos anos. “O caminho é esse mesmo. A sociedade vai demandando e vão surgindo novos cursos. Aí, os (novos) profissionais vão criando questões junto aos órgãos para o reconhecimento. Mas, para os tecnólogos, isso está demorando muito e eles ficam sem espaço no mercado de trabalho”, diz.

Isso ocorre, segundo Sherique, porque, na hora de contratar profissionais de SST, as empresas priorizam o cumprimento do quadro de funcionários obrigatório para área, que são os membros dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMTs) previstos na Norma Regulamentadora nº 4.

Confira a reportagem completa na edição de julho da Revista Proteção.

13 COMENTÁRIOS

  1. Gostei muito da matéria, mas estas questões devem sair do papel, ou seja, nossos órgãos que deliberam tais aprovações são muitos lentos e arcaicos, necessitando urgentemente de inovação principalmente nestas questões de reconhecimento de formação.

  2. Com a regulamentação destes profissionais os técnicos seriam jogados para escanteio, hoje, nós Técnicos, não podemos fazer muitas coisas, imaginem mais um profissional em meio de campo? como seria? Temos Engenheiros em Segurança do Trabalho que nem sabem o que estão fazendo, imaginem um Tecnólogo em Segurança do Trabalho, que na maioria fazem o curso a distancia? Sou totalmente contra a regulamentação deste tipo de profissional, se vocês querem mesmo a regulamentação, vão fazer o curso presencial e não a distancia, ganhem o respeito pela profissão!

    Quem irá ganhar com isso, serão os trabalhadores no chão de fabrica, que são mutilados todos os dias!

    Pensem nisso!

  3. Nada contra os que optaram por essa formação,mais ninguém deve fazer qualquer curso de especialização se não houver uma legislação especifica, e acredito que não vai trazer beneficio nem um para o setor de segurança. Os profissionais que já fazem parte do sesmt conforme a legislação já existem profissionais capacitados, basta maior reconhecimento pela profissão.

  4. Realmente penso eu que é só mais um profissional na área de segurança no trabalho, porém se o curso foi autorizado pelo MEC tem por obrigatoriedade ser incluído e inserido nos SESMT ou as instituições que formam estes profissionais devolverem e indenizarem os estudantes pois esses foram enganados quanto a formação de Tecnólogos…

  5. Acho uma ignorância muito grande dos “profissionais” que consideram os tecnólogos em segurança de trabalho desnecessário, primeiro que se o país tivesse uma segurança que garantisse a vida dos trabalhadores na íntegra, então saberíamos que realmente eram suficientes apenas técnicos e engenheiros, porém isso não é verdade. Um tecnólogo mesmo ao estudar a distância, como afirma alguns, não tem a incapacidade de exercer tal profissão, muito pelo contrário. O fato dos técnicos perderem sua função é um pensamento mais hipócrita ainda, eles deveriam buscar melhorar seus conhecimentos, fazendo o curso de tecnologia, pois o nível superior é muito mais que o médio e querendo ou não, do jeito que estamos evoluindo, será banido o nível médio. Assim como na saúde, que tem médico, enfermeiro e técnico de enfermagem e ninguém toma a função de ninguém, deveria ser na segurança com engenheiro, tecnólogo e técnico, afinal, todos cuidam da saúde do ser humano.

  6. Srs. Boa tarde!

    Caro Bruno, você foi infeliz na sua colocação, porque sou também Téc. Seg. do Trabalho e não vejo problema algum em aumentar o quadro do SESMET, se você for um profissional na sua área, não irá faltar emprego pra você. O sol é para todos ou só tu quer brilhar. Não julgue os outros pela aparência….você deveria saber isso como um bom profissional…essa nova função o qual tu tem pavor é mais pra somar na prevenção dos acidentes e não pra roubar a tua vaga de emprego.

    Pense e aprenda.

  7. Olá!!! Adorei seu comentário Maia, sou tecnóloga e também estou na luta para a aprovação, para ser um bom profissional devemos sempre buscar conhecimentos pois o mundo esta em constante mudanças, as NR`s mudam e devemos acompanha-las, estou fazendo o curso técnico em Segurança do Trabalho e isso só agrega valores…

    Abraços…

  8. Ola! discordo plenamente do comentário do nosso colega. Nada contra a opinião de ninguém, mas eu tenho certeza que houve um exagero em relação a isso. Sou Tecnólogo em Segurança no Trabalho e realizei meu curso a distância, e acreditem, o empenho e dedicação que tive, talvez foi muito mais do que se tivesse realizado um curso completamente presencial. Mesmo assim não deixei de aprender tudo em relação as leis, saúde e segurança do trabalhador, e assim como os demais, também estou na luta para a aprovação e realizar meu trabalho com total dedicação e eficiência sem tomar o lugar de ninguém. Mas por via das dúvidas não estou descartando a hipótese de fazer o curso técnico, pois afinal de contas, devemos seguir o que determina a lei.

  9. Caros colegas, vejo da seguinte forma, se os profissionais que integram o SESMT fosse tão eficaz não aconteceriam tantos acidentes de trabalho no Brasil, pois os técnicos em seg. do trabalho e os eng em segurança do trabalho não dão conta de tudo e como foi falado por alguns colegas o Sol nasce para todos. Mercado tem para todos basta ser profissionais que não faltará emprego para os demais. Hoje tbm surgiu o curso em engenharia a Distancia e sera que eles são piores do que os que fazem uma engenharia presencial? Porque não adianta ir para uma faculdade presencial e não aprenderem nada, eu cursei Tecnologia em Segurança do Trabalho e tive 2800 hora de estudo e desafio mtos Engenheiros em Segurança do Trabalho sobre segurança do Trabalho. estou cursando uma engenharia de Produção a Distancia e o que muda? conversei com varias passoas que fizeram engenharia presencial e perguntei a eles quantas horas eles tiveram no curso na disciplina em segurança do trabalho. me responderam que tiveram apena 36 horas.e pergunto o que eles aprenderam sobre segurança do trabalho? tbm fiz uma Pós Graduação em Engenharia em Segurança do Trabalho, para ser sincero na Pós não aprendi nada e isso pq era presencial, hoje tbm existe curso de tst a distancia então para os colegas que dizem que um curso a distancia não tem valor e não se aprende nada essa pessoa é uma ignorante q não sabe o que fala, tenta fazer um curso a distancia e depois sim fale alguma coisa. e diga se aprendeu ou não….. e temos sim que defender os Tecnólogos em Segurança do Trabalho, e todos os cursos a A DISTANCIA….

  10. Estou me formando em tecnólogo de segurança do trabalho e acho desrespeitoso o que esta acontecendo , não fiz curso a distância não , minha aula foi presencial e custou muito caro, então se o curso não é valido , porque foi conhecido pelo MEC e pelo MTE?

  11. Bom Dia Senhores.

    É triste o que irei dizer mas é a verdade que eu vejo e acredito que seja a mesma verdade que algumas pessoas que fizeram seus comentários aqui achem. Infelizmente ainda existem pessoas como o Bruno, pois eu nunca vi ninguém trabalhando sozinho sem ajuda de ninguém e principalmente quando se fala da vida de seres humanos. Infelizmente você tem uma mente totalmente reduzida de conhecimento, pois se pensa isso sobre os Tecnólogos é porque não deva ser um profissional a altura da profissão que é super importante. O Brasil hoje ainda encontra-se com um número elevado em acidentes de trabalho, e muitos desses com óbitos. Nunca veremos um médico trabalhando sem a ajuda de um técnico em enfermagem, assim como não existe um tecnólogo de segurança no trabalho trabalhando sem a ajuda do técnico de segurança no trabalho, pois quem enxerga e vivencia mais de perto a realidade dos trabalhadores, é um técnico, e um tecnólogo como trabalhará na parte de planejamento e planos de ação para prevenir acidentes, precisaremos bastante de um relatório feito por um técnico em segurança. Esse lance de dizer que os Técnicos serão “extintos” é mentira, pois os técnicos assim como os tecnólogos, tem a sua importância na prevenção de acidentes e uma grande responsabilidade com os nossos trabalhadores.

    Eu sou estagiário de Segurança no Trabalho em uma concessionária de energia multinacional, e tudo que estou aprendendo da minha profissão é com um técnico de Segurança no Trabalho muito do inteligente e que também se formou em tecnologia em Segurança no Trabalho para aumentar o conhecimento dele.

    Então, se você Bruno ainda perde 10 minutos da sua vida digitando essas coisas sem sentido e de tamanha ignorância para alguém que teve estudo como você, é porque não tem propósito de vida, e me desculpe falar, mas você infelizmente é um péssimo profissional !

  12. A situaçao nao afeta só os tecg° de segurança mas, abrangendo em todas a areas
    de conhecimento.

  13. Eu já era técnico de segurança do trabalho e fiz o de tecnólogo tambem auo como perito assistente de empresas em reclamatórias trabalhista, elaboro monitoramento ambiental e tenho o registro no CRQ/MG emito ARTs dos trabalhos executados para empresas. Acho todos os tecnólogos tem que ser inserido n NR -4 , pois o curso émuito bom e capacita o profissional para além de ser incuso na NR -4 tem condições de exercer a condição de ser um perito e ter a indicação da justiça do trabalho.

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