domingo, 15 de junho de 2025

Reportagem Especial – Mulheres na SST: Clichê necessário

Edição 399 – Março/2025

No Mês das Mulheres, a Proteção reflete sobre o papel e as contribuições das profissionais à frente da SST

Reportagem de Marla Cardoso

A primeira vez que comecei a escrever reportagens para a Revista Proteção foi em 2006, portanto, há quase 20 anos. Naquela época, as fontes (como chamamos os entrevistados que contribuem com informações para as matérias), eram predominantemente homens. Não porque não havia mulheres na área de Saúde e Segurança do Trabalho, pelo contrário, elas sempre existiram, mas sempre foi mais natural associar a figura de profissionais masculinos à SST.

O cenário vem mudando. Hoje, elas não só têm mais autoridade e espaço para falar sobre o tema, como desempenham funções de liderança em grandes empresas, dirigem importantes entidades da área e estão mais presentes na formação de novos profissionais. A presença das mulheres na Saúde e Segurança do Trabalho, em tese, não deveria ser motivo de notícia, mas ainda, infelizmente, a desigualdade de gênero faz com que essas profissionais e as contribuições que elas vêm dando à SST sejam pouco reconhecidas dentro das próprias empresas onde atuam.

Também ainda há desigualdades salariais e preconceitos, práticas que a informação pode ajudar a quebrar. É por isso que, nesta edição de março, mês dedicado às mulheres, a Proteção abraça esse tema, que parece clichê, mas ainda é indispensável. Nas próximas páginas, vamos mostrar como a presença feminina vem agregando à área, postos que elas vêm ocupando, mostrar projetos de SST liderados por mulheres, além de conquistas e desafios profissionais.

A luta das mulheres por espaço e reconhecimento no mercado de trabalho é antiga e conhecida desde os primórdios da Revolução Industrial. Em 1917, quando milhares de operárias russas protestaram reivindicando melhores condições de trabalho – fato que originou o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março – já se falava sobre um dos temas que até hoje está na pauta do trabalho feminino: salários mais baixos para as mulheres, se comparado com os profissionais do sexo masculino. Outros países também lideraram mobilizações ao longo dos séculos reivindicando condições de igualdade, movimento que perdura até hoje. E há motivos, uma vez que essa diferença é explícita em números.

De acordo com o 2º Relatório Nacional de Igualdade Salarial dos Ministérios do Trabalho e Emprego e das Mulheres, as profissionais do sexo feminino recebem 20,7% menos do que os homens. Em cargos de direção e gerência, nós ganhamos 27% menos, e, em funções de nível superior, a diferença chega a 31,2%. A disparidade é ainda mais acentuada entre as trabalhadoras negras. O levantamento contém um balanço das informações enviadas via RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) por 50.692 estabelecimentos com 100 ou mais empregados, somando mais de 18 milhões de empregados.

Os dados trazem apenas o recorte de um ponto que costuma pautar as discussões de gênero e trabalho. Há ainda, em muitos casos, dificuldade das mulheres para conquistar reconhecimento e crescer profissionalmente, preconceitos envolvendo a capacidade das profissionais femininas, diversos tipos de assédios, além da dúvida sobre o nível de produtividade da mulher em função dos demais papéis que desempenha. Se já não é simples para as mulheres independente da área profissional, o que dizer dos desafios para aquelas profissionais que se dedicam a áreas mais técnicas, como a Saúde e Segurança do Trabalho? A dificuldade para demonstrarem que tem tanta competência quanto um profissional do sexo masculino é ainda maior.


Confira a reportagem completa na edição de março da Revista Proteção.



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