
Leonardo Moraes
Mudanças na organização do trabalho exigem dos médicos uma visão voltada à gestão de cada caso
Natural de Recife/PE, João Silvestre sempre teve sua carreira focada na promoção da saúde e do bem-estar das pessoas e já no início do curso de Medicina viu seu interesse sendo despertado para os cuidados voltados à saúde do trabalhador. A experiência adquirida durante sua atuação em assessorias de Medicina do Trabalho o levou à especialização na área, o que ocorreu em 2005, após ter se mudado para a cidade de São Paulo.
Desde então ele tem se dedicado à área por diversas frentes. Perito médico previdenciário do INSS, ele começou sua carreira na mesma época em que o NTEP (Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário) estava sendo implantado nos sistemas da Previdência Social. Alteração essa que, segundo o especialista, “promoveu uma mudança no perfil das notificações de acidentes de trabalho no Brasil”. Na função há mais de uma década, atualmente destina seus esforços principalmente à reabilitação profissional. Tema que também vem desenvolvendo em sua vida acadêmica, sendo seu mestrado e doutorado, respectivamente, sobre afastamentos do trabalho por transtornos mentais e o retorno ao trabalho após esses afastamentos.
Também é professor dos cursos de especialização em Medicina do Trabalho da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Além de estar vinculado ao Centro Universitário São Camilo, onde está participando da elaboração de uma pós-graduação em Medicina do Trabalho e cursos de extensão. Em paralelo, ainda é diretor de Relações Internacionais da Anamt e editor associado da Revista Brasileira de Medicina do Trabalho.
Como iniciou sua carreira e quando surgiu o interesse pela SST?
Me formei em Medicina na Universidade de Pernambuco em 2003 e durante o ano seguinte trabalhei em empresas que prestavam assessoria em Medicina do Trabalho em Recife, minha cidade natal. Foi quando tive a primeira oportunidade de atuar diretamente com os trabalhadores em avaliações admissionais, demissionais e periódicas, o que me chamou a atenção para a necessidade de ter uma formação mais específica nessa área. Então, em 2005 eu decidi me mudar para São Paulo para fazer a pós-graduação em Medicina do Trabalho da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, que é um dos cursos mais antigos de pós-graduação no Brasil. Nessa época pude começar a atuar também em assessorias de Medicina do Trabalho na capital paulista, trabalhando em algumas empresas que eram referência justamente na avaliação clínica de trabalhadores para execução do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Após concluir a especialização com um Trabalho de Conclusão de Curso sobre a exposição ao cromo em indústrias de galvanoplastia, imediatamente prestei concurso para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), quando assumi o cargo de perito médico em 2006. Nesse mesmo ano, fui convidado a trabalhar como professor no curso de pós-graduação de Medicina do Trabalho da Santa Casa. Desde então, dou seguimento às minhas atividades na Previdência Social, atuando hoje como assessor técnico de reabilitação profissional da minha gerência, que fica na região norte da cidade de São Paulo. Além disso, mantenho meu vínculo institucional como professor no Centro Universitário São Camilo. Em paralelo, me mantive na área acadêmica, tendo desenvolvido meu mestrado e doutorado na área de Saúde Pública para reforçar as minhas qualificações no âmbito da pesquisa na área de saúde do trabalhador.
Confira a entrevista completa na edição de setembro da Revista Proteção.