Por Aline de Melo Pires/Jornalista da Revista Proteção, com informações do Sesi
Um profissional com a saúde física e mental em dia é mais produtivo no seu trabalho. Esta é uma das conclusões da pesquisa realizada pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) que, entre outros itens, tratou da relação da saúde e bem-estar com o ambiente de trabalho. O estudo foi desenvolvido, pelo Instituto FSB Pesquisa, entre 10 e 14 de março deste ano, e ouviu 2021 pessoas com mais de 16 anos em todos os estados brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais com intervalo de confiança de 95%.
A frequência da prática de atividades físicas é um dos itens do levantamento, que abordou hábitos relacionados à saúde, qualidade do atendimento e dos serviços de saúde, a relação entre saúde e trabalho e perfil de uso dos serviços de saúde públicos e privados.
De volta ao item que aponta a relação da saúde com o bem-estar no trabalho, a pesquisa mostrou que 12% dos entrevistados têm o hábito de fazer consultas regulares com psicólogo. A maioria acredita que a saúde é um fator que não significa somente ausência de doenças ou enfermidades. Para quase 9 em cada de pessoas (88%), a saúde é um estado completo de bem-estar físico, mental e social. O trecho da pesquisa que tratou a relação entre saúde e trabalho também avaliou aspectos como a satisfação com a atividade e o ambiente, perda de trabalho por motivos relacionados à saúde e o envolvimento em acidentes.
LIMITES ESTABELECIDOS
A população – neste caso, empregados formais – também foi questionada sobre medidas adotadas para melhorar a saúde dos trabalhadores. Para 66% dos ouvidos, as empresas em que trabalham estabelecem limites de horas de trabalho ou número de turnos, 55% permitem flexibilidade e pausas para descanso ou prática de exercícios e 49% têm estrutura para prevenir violência, assédio e discriminação, ambiente livre do fumo e política de jornada de trabalho flexível, como home office.
E se por um lado a pesquisa mostra uma forte consciência sobre a importância da relação entre trabalho e qualidade de vida, o estudo apontou que esta postura não acompanha a prática regular de atividades físicas. Considerada por especialistas como um dos principais meios de promoção e cuidado com a saúde, uma rotina com atividades físicas ainda não faz parte da vida da maioria dos brasileiros.
A pesquisa do Sesi mostra que 52% dos entrevistados raramente, ou nunca, fazem exercícios. Entre os que praticam atividades físicas, 22% se exercitam diariamente, 13% pelo menos três vezes por semana e 8% pelo menos duas vezes por semana. “A promoção da saúde e de comportamentos preventivos é fundamental para a redução de problemas na vida das pessoas. Com a prática de atividades físicas, temos pessoas mais saudáveis e dispostas para encarar os desafios do dia a dia”, destaca Rafael Lucchesi, diretor superintendente do Sesi.
A premissa é evidenciada quando se faz a associação entre prática de atividade física e adoecimento. De acordo com a pesquisa, 72% das pessoas que praticam exercícios com frequência não tiveram problemas de saúde nos últimos 12 meses. Entre aqueles que nunca praticam atividades físicas, 42% tiveram problemas de saúde nos últimos 12 meses.
Quando questionados sobre o estado de saúde individual comparado com alguém da mesma idade e sexo,7 em cada 10 brasileiros (67%) avaliaram como “muito bom” e “bom”. Outros 26% avaliaram como regular e 6% como ruim e muito ruim. E quando perguntados sobre todos os aspectos que envolvem a saúde – físico, mental e social, não somente a ausência de doenças -, o percentual de quem avaliou o estado de saúde como muito bom e bom caiu cinco pontos percentuais (63%).