terça-feira, 01 de julho de 2025

Artigo – Segurança de Máquinas: Apreciação de Riscos

Edição 403 – Julho/2025

Como evitar erros comuns e garantir maior segurança no trabalho com máquinas

A segurança de máquinas é um compromisso essencial para a indústria moderna. Ela não se limita ao cumprimento de normas, mas abrange o cuidado com a vida das pessoas, a proteção dos processos produtivos e a preservação de um futuro sustentável para todos os envolvidos.

Nesse cenário, a apreciação de riscos se destaca como uma ferramenta indispensável. Porém é fundamental compreender como elaborá-la corretamente, evitando erros comuns que podem comprometer sua eficácia e, em última instância, a segurança.

Uma das questões que mais geram discussões é a responsabilidade sobre a elaboração da Apreciação de Riscos. A ideia de que esta deve ser conduzida exclusivamente por um engenheiro de Segurança do Trabalho registrado no CREA não tem base legal. Embora o conceito de PLH (Profissional Legalmente Habilitado) seja importante, ele não deve ser interpretado de maneira restritiva.

De acordo com a NR-12, os sistemas de segurança devem ser implementados conforme Apreciação de Riscos e sob responsabilidade de um PLH, que é definido como aquele que possui formação específica e capacitação técnica para o tema em questão e com registro no conselho de sua classe profissional.

A Resolução nº 359/1991 do Confea estabelece que é atribuição do engenheiro de Segurança do Trabalho estudar instalações, máquinas e equipamentos, identificando pontos de risco e projetando dispositivos de segurança.

A norma técnica ABNT NBR ISO 12100:2013 orienta que a Apreciação de Riscos deve considerar diversos fatores para identificar perigos, estimar e avaliar riscos, e definir medidas para eliminá-los ou reduzi-los.

O relatório técnico ABNT ISO/TR 14121-2:2018 recomenda que a Apreciação de Riscos seja realizada por uma equipe multidisciplinar, liderada por um profissional responsável por garantir a execução adequada de todas as fases do trabalho. Os membros da equipe devem ter conhecimentos, habilidades e competências para atender às demandas técnicas e normativas, além de compreender como fatores humanos influenciam nas decisões.

EXPERTISES DIFERENTES
Portanto, a elaboração de uma Apreciação de Risco requer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo profissionais de diversas áreas, com a responsabilidade técnica podendo ser assumida por um engenheiro de Segurança do Trabalho registrado no CREA, mas não exclusivamente por ele.

Uma máquina, por definição, possui partes móveis acionadas por fontes de energia diferentes da força humana ou animal. Partes mecânicas, sistemas elétricos, aspectos ergonômicos e outras características podem conter diversas fontes de perigo. Proteções mecânicas, sistemas de controle elétricos, transmissões hidráulicas e pneumáticas, e software relacionado à segurança podem contribuir para a redução de riscos. A ABNT NBR ISO 12100:2013 cita nove tipos distintos de perigos típicos, com suas respectivas áreas de conhecimento, além da combinação entre esses perigos.

É improvável que um único profissional possua todas as competências necessárias para lidar com as diversas dimensões de uma Apreciação de Riscos. Por isso, a composição de equipes com expertise em diferentes áreas é essencial para o sucesso do processo.


Dados do autor:

Leonardo Fazzilani – Especialista em segurança industrial e adequação de máquinas da Schmersal, Profissional com certificações CMSE® (TÜV Nord), MCEExpert® e FS Eng. – Machinery (TÜV Rheinland) e Tecnólogo em Automação Industrial
lrsilva@schmersal.com.br


Confira o artigo completo na edição de julho da Revista Proteção.

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