terça-feira, 17 de junho de 2025

Ambiente de trabalho saudável é foco de encontro com cipeiros do SMetal

Por Imprensa SMetal

Na manhã gelada desta sexta-feira, 13 de junho, o auditório do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) esteve aquecido por ideias, trocas e compromissos com a saúde e segurança no trabalho. O Encontro com Cipeiros, com o tema “Construção conjunta de soluções em prevenção ao adoecimento no trabalho, reuniu mais de 150 participantes de mais de 60 empresas da base metalúrgica, entre membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), profissionais de Segurança e Medicina do Trabalho e Recursos Humanos.

Para o presidente do SMetal, Leandro Soares, a expressiva presença de trabalhadores e empresas no encontro reforça o papel fundamental da CIPA e a responsabilidade coletiva com a saúde no chão de fábrica:

“É emocionante ver tanta gente comprometida com a prevenção, mesmo com o frio forte de hoje. Esse calor humano mostra que a segurança do trabalho vai além das normas: é sobre cuidar uns dos outros, trocar experiências e garantir que cada trabalhadora e trabalhador volte para casa com saúde e dignidade”.

A iniciativa marcou um momento importante de articulação entre o sindicato e representantes das empresas na busca por ambientes laborais mais seguros, humanos e saudáveis. O dirigente do SMetal, Antonio Welber Filho, o Bizu, disse que é muito simbólico ver tanta gente reunida em torno de um objetivo comum: cuidar da vida de quem trabalha.

“A prevenção começa com a escuta, com a troca e com o respeito. Que esse seja só o começo de uma jornada de mais diálogo, mais segurança e mais saúde nos nossos ambientes de trabalho”, disse.

O encontro teve como foco as atualizações recentes das Normas Regulamentadoras (NRs) 1 e 5, que passaram a exigir um olhar mais atento e participativo sobre os riscos psicossociais no ambiente de trabalho — tema que se tornou central diante do crescimento acelerado dos afastamentos por transtornos mentais nos últimos anos.

“Os riscos psicossociais não são mais um tema periférico: são centrais na proteção à saúde do trabalhador. A nova NR1 deixa claro que não basta cuidar dos perigos físicos e químicos. É preciso olhar também para o sofrimento emocional e social provocado por modelos de gestão, ritmos intensos de trabalho e relações profissionais adoecedoras”, destacou Domingos Lino, pesquisador da área no Fundacentro e palestrante do evento.

Além das discussões sobre a gestão dos riscos psicossociais, também foi aprofundado o novo papel da CIPA, que passa a se chamar Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio, conforme alteração da NR 5. A nova legislação exige maior protagonismo da comissão na identificação de riscos e construção de medidas preventivas, agora incluindo o enfrentamento ao assédio moral e sexual.

“A CIPA tem um papel essencial na defesa da vida e da saúde no trabalho, e esse encontro mostra o quanto isso é valorizado. Nosso compromisso é com um ambiente mais seguro, mais humano e com escuta real dos trabalhadores — inclusive daqueles que enfrentam barreiras, como as pessoas com deficiência. O trabalho deve dignificar, não adoecer”, afirmou o secretário de Saúde do Trabalhador da CUT e dirigente do SMetal, Valdeci Henrique da Silva, o Verdinho.

Leandro Soares destacou ainda que o sindicato segue comprometido não apenas com a luta por melhores salários e direitos, mas também com a construção de um ambiente de trabalho que promova saúde integral.

“As diferenças entre empresas existem, mas o que nos une é a responsabilidade com a vida de quem trabalha. E é isso que estamos fortalecendo aqui”, concluiu Leandro.

Sobre acidente de trabalho

Em levantamento divulgado em maio de 2024, a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), apresentou os dados mais recentes sobre os acidentes de trabalho ocorridos no Brasil, com base nas notificações do ano anterior. Ao todo, foram contabilizados 724.228 casos, sendo a maioria classificados como acidentes típicos (74,3%), seguidos pelos acidentes de trajeto (24,6%) e por doenças relacionadas ao trabalho (1%), o que reflete a persistente dificuldade de se reconhecer formalmente os adoecimentos ocupacionais.

De acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), os setores mais afetados incluem indústria, infraestrutura, serviços hospitalares e comércio — áreas que também concentram os maiores índices de afastamentos prolongados e óbitos. Os membros superiores e inferiores, especialmente mãos, braços e pernas, estão entre as regiões corporais mais atingidas.

Segundo dados compartilhados na apresentação técnica do evento, mais de 644 milhões de dias de trabalho foram perdidos no Brasil desde 2012 por doenças relacionadas ao trabalho, com uma crescente subnotificação dos casos de transtornos mentais.

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