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sábado, 21 de junho de 2025

REPORTAGEM ESPECIAL – Matriz de Risco: Em busca da matriz perfeita – Ed. 390

Ferramenta de gestão é utilizada pela SST para classificar e avaliar os riscos laborais

Reportagem de Marla Cardoso

Imagine um trabalhador que precisa transitar durante sua jornada laboral pelo pátio da empresa onde, raramente, circulam veículos de carga. A situação a que ele está exposto apresenta uma probabilidade baixa de acidente – uma vez que pelo local circulam poucas máquinas. Porém, a severidade é alta – isso porque, caso ocorra um choque, a consequência poderá ser grave, por envolver um atropelamento.

Em uma segunda situação hipotética, uma nova demanda na mesma área exige que muitos veículos passem a transitar pelo espaço. Pelo aumento do fluxo operacional, o trabalhador também precisa circular mais. Nesta situação, a chance de acidente passa a ser alta – já que aumenta tanto a circulação do maquinário como do colaborador. A gravidade segue a mesma: alta, diante da possibilidade do funcionário ser atropelado.

As duas situações fictícias demonstram como avaliar um risco considerando sua probabilidade e severidade. Essa lógica de análise é a base de uma importante ferramenta de gestão que se consolidou como um dos modelos mais utilizados pelos profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho para caracterizar a natureza e a magnitude de um risco: a matriz de risco. Mas este não é o único modelo. Há outros. E os desafios começam justamente em definir qual deles utilizar para estimar a exposição laboral e seus efeitos.

O tema é tão relevante para a SST que ganhou um capítulo na mais recente grande revisão da NR 1, aprovada pela Portaria nº 6.730, de 9 de março de 2020. O novo texto dedicou quase seis páginas da norma ao gerenciamento de riscos ocupacionais, onde determina que as empresas têm o dever de identificar os perigos e avaliar os riscos pela combinação da severidade das possíveis lesões de um acidente ou adoecimento com a chance de sua ocorrência. Etapas determinantes para que esses perigos possam ser controlados e medidas de prevenção efetivas sejam adotadas.

Explosão na Deepwater Horizon alertou para necessidade de análise integrada dos riscos | Crédito: Tom Atkeson/U.S. Coast Guard

No dia 20 de abril de 2010, no Golfo do México (Estados Unidos) uma explosão na plataforma DWH, da Transocean, operada pela British Petroleum (BP), deu início ao que ficou conhecido como um dos mais graves acidentes do setor de Exploração e Produção de Petróleo do mundo. Os efeitos humanos, materiais e ambientais foram catastróficos: 11 pessoas morreram e outras 17 ficaram feridas. O desastre manteve o poço de Macondo, que estava em fase final de perfuração, aberto por quase três meses consecutivos por conta de uma falha em um dispositivo de segurança, totalizando o vazamento de 5 milhões de barris, que atingiram uma área de cerca de 176 mil quilômetros quadrados em quatro estados americanos.

Investigações apontaram que não houve um fator único ou determinante para a sequência de eventos que resultaram no acidente, mas um conjunto de itens contribuiu para que a ocorrência tivesse essa proporção. Entre eles, a escolha de procedimentos arriscados pela BP com o objetivo de reduzir custos e poupar tempo. Como o andamento da perfuração estaria atrasado em relação ao planejado, atalhos teriam sido adotados para acelerar o término do processo. Na época, uma comissão independente criada pelo governo dos Estados Unidos para investigar as causas do acidente, revelou que o desastre poderia ser atribuído a “falhas sistêmicas em gerenciamento de riscos” que colocavam em dúvida a “cultura de segurança de toda a indústria”. Uma das recomendações da comissão apontou para a exigência de uma análise mais integrada dos riscos, além de outras mudanças nas políticas governamentais, com vistas à fiscalização.

Este episódio, embora tenha ocorrido a mais de 8 mil km do Brasil, tem muito a ensinar e não raro é utilizado como exemplo por aqui para demonstrar as consequências da ausência ou imprecisão do gerenciamento de riscos. O tema tem merecido tanta atenção no país que em 2020 passou a incorporar o novo texto da NR 1, que teve sua denominação alterada para Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, determinando a constituição, por parte das empresas, do PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) a partir das diretrizes e requisitos do GRO (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais).

GERENCIAMENTO
Desde que entrou em vigor, em 2022, a nova NR 1 passou a exigir que é de responsabilidade das organizações identificar os perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde; avaliar os riscos ocupacionais indicando o nível de risco; classificar os riscos ocupacionais para determinar a necessidade de adoção de medidas de prevenção; implementar medidas de prevenção, de acordo com a classificação de risco; e acompanhar o controle dos riscos ocupacionais. A mesma norma determina que o nível de risco ocupacional deve ser determinado pela combinação da severidade das possíveis lesões ou agravos à saúde com a probabilidade ou chance de sua ocorrência.

E, para isso, a organização deve selecionar as ferramentas e técnicas de avaliação que sejam adequadas ao risco ou circunstância em avaliação. Um desses instrumentos é a matriz de risco, uma das opções indicadas na NBR IEC 31.010 para avaliação e análise de riscos. A matriz consiste em uma tabela composta pelas dimensões de probabilidade e impacto. Por meio delas, é possível calcular e visualizar a classificação do risco, que consiste na avaliação da severidade versus a probabilidade. O resultado indica em qual célula da matriz o risco se encaixa. E, para facilitar a visualização, há cores diferenciadas que indicam a criticidade. Por exemplo, os riscos que resultam em uma classificação alta (cor vermelha) devem receber maior atenção do que os apontados como moderados ou médios (cor amarela) e, consequentemente, os elencados como baixo (cor verde) podem ter menos atenção que os moderados e altos.

Trivelato: origem | Crédito: Arquivo pessoal

Para graduar os riscos, o doutor em Meio Ambiente, pesquisador titular da Fundacentro com atuação nas áreas de Higiene Ocupacional, Segurança Química e Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho, Gilmar da Cunha Trivelato, recomenda estabelecer no mínimo três níveis de cada uma das variáveis. “No mínimo três para a probabilidade – baixo, médio e alto risco – e o mesmo para a severidade – de situações que não exigem cuidados médicos, passando pelas que exigem até o risco de morte. A recomendação é que se estabeleça no máximo cinco ou seis níveis, porque se as categorias são ampliadas demais, abre espaço para a dúvida. Quanto maior a amplitude, maior o nível de subjetividade”, reflete.

EVOLUÇÃO
É Trivelato que também lembra que a matriz de risco começou a ser utilizada pela área de segurança no final dos anos 1970 como uma análise preliminar qualitativa para graduar a severidade da consequência e a probabilidade. Depois, a partir dos anos 1980, com o surgimento do programa Responsible Care, na área Química, e com a necessidade do setor de lidar com riscos ambientais e ocupacionais e de comparar riscos, passou a ser muito utilizada nessa área. “A gradação da severidade era baseada no limite de exposição e a probabilidade comparada com esse limite”, recorda.

Desde então o instrumento, de acordo com o engenheiro de Segurança do Trabalho e mestre em Sistema de Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente, José Luiz Lopes, é um dos modelos mais utilizados para caracterizar a natureza e a magnitude dos riscos, utilizando o julgamento para calcular os riscos e combinar classificações qualitativas ou semiquantitativas a fim de produzir um nível ou uma classificação de risco em diversos contextos.

“Ela atua como uma ferramenta de triagem, auxiliando na identificação dos riscos que requerem análise adicional ou mais detalhada, aqueles que necessitam de tratamento prioritário e aqueles que exigem a atenção de níveis gerenciais mais elevados”, elencou. Outra função importante da matriz de riscos, segundo Lopes, é ajudar a determinar se um risco é amplamente aceitável ou não aceitável, com base na sua localização na matriz. O instrumento é considerado uma maneira prática, visual e adequada para priorizar os riscos.

“A função primordial do profissional de saúde e segurança é dar suporte para as áreas operacionais gerenciarem os riscos inerentes às atividades desenvolvidas. Através da matriz, o conceito de risco, ou seja, probabilidade versus gravidade, fica didático e possibilita que todos entendam e pratiquem a mesma linguagem”, explica o engenheiro químico e de Segurança do Trabalho e higienista ocupacional Osny Ferreira de Camargo.

No entanto, sua aplicabilidade não se limita a esses contextos específicos. A matriz pode ser aplicada em uma variedade de cenários onde a avaliação e a gestão são necessárias para embasar decisões informadas e reduzir a probabilidade de impactos adversos. “Sua utilidade transcende setores e áreas de atuação, sendo uma ferramenta valiosa para a gestão eficaz de riscos em diferentes contextos organizacionais e projetos”, complementa Lopes.

Lopes: ferramenta de triagem | Crédito: Vagner Macedo

MODELOS
Existem diferentes tipos de matriz de risco (Veja mais no quadro da página 32, Conhecendo alguns modelos), como os previstos na NBR IEC 31.010, que traz quase 40 técnicas de avaliação, e os fundamentados nas metodologias da AIHA (American Industrial Hygiene Association), na NBR ISO 45001 (Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional – SGSSO) e na HRN (Hazard Rating Number). Existem ainda os guias desenvolvidos por entidades técnicas como o CCPS (Center for Chemical Process Safety) e a IOGP (International Association of Oil & Gas Producers).

Mesmo diante de tantas possibilidades, a definição e a personalização da matriz de risco devem ser feitas de acordo com as características específicas da empresa, levando em consideração sua natureza e os requisitos do que será avaliado. “O tipo e o tamanho da matriz são exclusivos de cada organização ou projeto, o que permite determinar o número de níveis de probabilidade e gravidade adequados. É possível personalizar o tamanho da matriz e adicionar outras dimensões, como a probabilidade de consequência do risco, ou variar a gravidade de muito baixa a muito alta, em vez de apenas baixa a alta”, exemplifica Lopes.

A ferramenta escolhida, para a gerente de Soluções Integradas em Saúde e Segurança do Sesi (Serviço Social da Indústria), Katyana Aragão, precisa ser inserida em uma metodologia que assegure flexibilidade técnica e conformidade legal, levando em conta todos os elementos que interferem na severidade e probabilidade. “A gravidade (magnitude da consequência), que tem impacto direto sobre a severidade, está associada aos danos, lesões ou agravos à saúde que podem resultar da exposição a um perigo. Essas consequên­cias diferem conforme a natureza do perigo e, em circunstâncias onde existem múltiplas consequências possíveis, prevalece uma estratégia de prevenção que considera aquelas consequências de maior gravidade”, explicou.

Já os aspectos que têm impacto direto sobre a probabilidade, segundo Katyana, são multifacetados e podem variar de acordo com a natureza do perigo. Por exemplo, na avaliação de riscos físicos e químicos, aspectos como o tipo de exposição, a maneira como ela ocorre, a duração e a frequência com que os trabalhadores estão expostos, bem como a sua intensidade, são elementos importantes para avaliar a exposição. “Já para avaliar os perigos ergonômicos é fundamental considerar as exigências específicas da atividade. Por outro lado, elementos como medidas de prevenção implementadas, histórico de acidentes/doenças ocupacionais e a conformidade com as Normas Regulamentadoras são elementos comuns a todo tipo de perigo e podem interferir na análise das medidas preventivas”, completa.

REALIDADE
O modelo escolhido, na opinião do engenheiro de Segurança do Trabalho Mário Sobral Jr. deve, ainda, ser adequado à realidade da empresa e permitir uma avaliação dos riscos específicos enfrentados pelos trabalhadores. Sua escolha deve considerar diversos fatores. “A matriz deve ser adequada ao tipo de risco que será avaliado. Por exemplo, a avaliação dos fatores de riscos ergonômicos é completamente diferente dos químicos, ou seja, o ideal é o modelo considerar o tipo de risco, ao invés de utilizar modelos genéricos”, afirma.

Já para Osny, o modelo precisa ser compatível com todos os perigos existentes na planta, não importa se o perigo é de acidente, de doença, ruído ou ergonômico, a matriz deve ser compatível com todos eles. O que muda, conforme o especialista, são os critérios para gradação da probabilidade e gradação dos danos à saúde. “É muito importante que todos os setores da empresa, sua supervisão e gerência possam priorizar as ações de controle. Se fizermos uma matriz diferente para cada tipo de perigo, fica difícil enxergar o que é mais grave e o que deve ser priorizado”, justifica.

Outro aspecto a ser considerado na escolha diz respeito ao porte da empresa, uma vez que organizações de diferentes portes possuem necessidades distintas. “Matrizes mais complexas podem ser adequadas para grandes empresas, enquanto modelos mais simples podem ser suficientes para empresas menores. A experiência do profissional de SST na elaboração e aplicação de matrizes de risco também deve ser considerada. Modelos mais complexos podem exigir maior conhecimento técnico para serem utilizados de forma adequada”, complementou Sobral.

VANTAGENS E LIMITAÇÕES
A ferramenta para os especialistas apresenta diversas vantagens. Lopes elenca que sua simplicidade a torna acessível e compreensível para todos os envolvidos, facilitando a comunicação e promovendo uma visão clara dos riscos. “Ao classificar os riscos com base em critérios como impacto e probabilidade, a matriz possibilita uma melhor priorização, direcionando os esforços de gestão de risco para aqueles mais relevantes e urgentes. Além disso, ela proporciona uma visão holística dos riscos, considerando tanto o impacto quanto a probabilidade de ocorrência”, justificou.

Além da gravidade e probabilidade, Sobral lembra que outros critérios podem ser avaliados por uma matriz de risco, como por exemplo, eficiência dos controles existentes, número de trabalhadores expostos, tempo de exposição, custo necessário para implantar o controle, entre outros. “Em relação à escolha dos critérios, não tem receita de bolo, depende das características da empresa, dos tipos de riscos presentes e dos objetivos da avaliação. É importante buscar um equilíbrio entre a abrangência da análise e a praticidade da aplicação”, sugere.

No entanto, mesmo apresentando vantagens é importante reconhecer que a ferramenta também apresenta algumas limitações. Lopes lembra, por exemplo, que a matriz está sujeita ao viés, pois a avaliação dos riscos pode ser influenciada pela subjetividade pessoal do profissional, o que pode levar a inconsistências nas avaliações. “Em situações complexas com múltiplos riscos interdependentes, sua simplicidade pode não ser adequada para capturar toda a complexidade dos riscos. Além disso, a matriz de risco pode se tornar rapidamente desatualizada se não for revisada regularmente para refletir mudanças nas condições do projeto ou no ambiente de negócios”, alerta.

Mesmo com essa ressalva, Lopes afirma que a matriz de risco continua sendo uma ferramenta valiosa quando usada adequadamente e complementada por outras técnicas de gestão de riscos, como análise quantitativa, simulação e modelagem. “Ela fornece uma estrutura útil de avaliação, essencial para uma tomada de decisão informada. Portanto, quando combinada com outras abordagens e revisada regularmente, pode desempenhar um papel importante na gestão eficaz de riscos”, conclui.

CONHECENDO ALGUNS MODELOS

A eficácia de um modelo de matriz de risco pode variar de acordo com a complexidade e o contexto específico da situação de trabalho. No entanto, alguns modelos são amplamente utilizados devido à sua capacidade de simplificar a avaliação e a priorização de riscos. De acordo com o engenheiro de Segurança do Trabalho, higienista ocupacional e diretor da Laboral - Saúde e Segurança no Trabalho, Jorge Chahoud, alguns modelos comumente considerados eficazes são o 3x3, 4x4 e 5x5. 
“Esses modelos são eficazes porque permitem priorizar riscos com base em sua gravidade e probabilidade, visualizar classificações de risco de forma cla­ra, muitas vezes com o auxílio de co­dificação por cores, e designar zonas na matriz que indicam níveis de risco aceitáveis ou inaceitáveis”, explicou. Segundo ele, é importante que a matriz de risco seja adaptável e possa ser personalizada para atender às necessidades específicas da organização. Saiba em que ocasiões aplicar cada modelo:  

Matriz de risco 3x3 - Modelo ideal para equipes e organizações que preferem simplicidade. Ele fornece três níveis para codificar a gravidade e a probabilidade de cada risco: baixo, médio e alto. 

Matriz de risco 4x4 - Utiliza escalas não numéricas para probabilidade e gravidade, permitindo determinar o nível de gravidade de cada risco após a seleção das opções para cada parâmetro. 

Matriz de risco 5x5 - Oferece opções de escala adicionais e é ideal para organizações que precisam de insights mais detalhados sobre cada risco. 
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Fonte: Jorge Chahoud, engenheiro de Segurança do Trabalho, higienista ocupacional e diretor da Laboral – Saúde e Segurança no Trabalho.

Priorização dos riscos

Processo começa pela identificação dos perigos

Conhecer os modelos de matriz de risco e o que precisa ser levado em consideração na hora de escolher aquele mais adequado para o que é preciso ser avaliado é fundamental no processo de gerenciamento. Mas, antes disso, como garantir que estão sendo incluídos na matriz os riscos realmente mais relevantes da empresa? De acordo com o engenheiro de Segurança do Trabalho, higienista ocupacional e diretor da Laboral – Saúde e Segurança no Trabalho, Jorge Chahoud, para garantir que os riscos estão sendo avaliados, o profissional deve realizar um levantamento preliminar. Este processo envolve a identificação e análise dos perigos e riscos potenciais no ambiente de trabalho.

Algumas ferramentas e técnicas são recomendadas para este processo. Entre elas estão a APP (Análise Preliminar de Perigos), que ajuda a identificar os perigos antes que eles causem acidentes ou incidentes. Também é possível utilizar checklists de inspeção de segurança, com a utilização de listas que assegurem que todos os perigos e riscos sejam considerados durante a identificação. “Outras recomendações passam pelo brainstorming e entrevistas, técnicas que envolvem a equipe e trabalhadores para identificar riscos com base em experiência e conhecimento coletivo; os Estudos de Perigos e Operabilidade (HAZOP/Hazard and Operability Studies), método sistemático para identificar riscos em processos e operações; e a APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), focada em identificar pontos críticos onde os riscos podem ser controlados ou eliminados”, recomenda Chahoud.

De acordo com o engenheiro, nesta etapa o profissional deve considerar a natureza do trabalho, os processos envolvidos e as condições de trabalho para escolher a ferramenta mais adequada. Além disso, é importante que haja uma comunicação efetiva com os trabalhadores, pois eles podem fornecer insights valiosos sobre os riscos diários que enfrentam. “Após a identificação dos riscos, eles devem ser avaliados e priorizados com base em sua gravidade e probabilidade de ocorrência. Isso ajudará na construção da matriz que reflita com precisão os riscos”, garantiu.

ORIENTAÇÃO
Para o engenheiro de Segurança do Trabalho, Mário Sobral Jr., independente da ferramenta utilizada, essa etapa de identificação dos riscos depende do conhecimento técnico dos avaliadores. Embora acredite que nunca é possível ter certeza de que realmente todos os riscos de uma empresa foram identificados, o especialista sugere que esta etapa seja seguida com a orientação da ISO 45001 – Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional, que recomenda que a organização deve estabelecer, implementar e manter um processo para identificação de perigo que seja proativo e contínuo.

O processo, conforme a norma, deve levar em consideração como o trabalho é organizado, fatores sociais (incluindo carga de trabalho, horário de trabalho, assédio e bullying), liderança e cultura da organização; atividades e situações de rotina e não rotineiras. Essa identificação deve incluir perigos decorrentes de: infraestrutura, equipamentos, materiais, substâncias e condições físicas do local de trabalho. Ainda é recomendado atentar para projeto de produtos e serviços, pesquisa, desenvolvimento, ensaios, produção, montagem, construção, entrega de serviços, manutenção e disposição; fatores humanos; e como o trabalho é realizado.

“Também recomenda que a identificação deve considerar incidentes anteriores relevantes, internos ou externos à organização, incluindo emergências e suas causas e potenciais emergências”, compartilhou Sobral. A ISO 45001 também diz que é preciso considerar na identificação dos riscos as pessoas com acesso ao local de trabalho e suas atividades, incluindo trabalhadores, contratados e visitantes; aquelas nas vizinhanças do local de trabalho, que podem ser afetadas pelas atividades da organização; e os trabalhadores em um local que não esteja sob controle direto da organização.

Outras questões passam por considerar o projeto das áreas de trabalho, processos, instalações, maquinário/equipamentos, procedimentos, operacionais e organização do trabalho, incluindo sua adaptação às necessidades e capacidades dos trabalhadores envolvidos. Também é preciso atentar para situações que ocorram nas proximidades do local de trabalho, causadas por atividades relacionadas ao trabalho sob o controle da organização; e situações não controladas pela organização e que ocorram nas imediações da empresa, que possam causar lesões e problemas de saúde às pessoas no ambiente laboral. “Ainda é preciso considerar mudanças reais ou propostas na organização, operações, processos, atividades e sistema de gestão de SSO e mudanças no conhecimento de informações sobre perigos. Ou seja, esta é uma boa forma de tentar identificar os riscos da empresa de forma ampla”, concluiu Sobral.

Katyana: perfil de exposição | Crédito: Iano Andrade/CNI

APLICAÇÃO
Na prática do Sesi (Serviço Social da Indústria), como determinado pela NR 1, antes de aplicar a ferramenta de avaliação de risco, o processo de gerenciamento começa com o levantamento preliminar de perigos. O objetivo inicial, de acordo com a gerente de Soluções Integradas em Saúde e Segurança, Katyana Aragão, é identificar perigos óbvios que podem ser eliminados por meio de medidas simples. “Ao eliminar um perigo imediatamente, ele deixa de ser considerado nas etapas subsequentes do gerenciamento de riscos. Caso um perigo não possa ser eliminado durante o levantamento preliminar, avança-se para a fase de identificação e caracterização do perigo”, explica.
Nesta segunda etapa, levando em conta a natureza do perigo, é realizada a avaliação preliminar, examinando todos os elementos dos componentes que influenciam a probabilidade e a severidade. Se a avaliação preliminar for suficiente, prossegue-se com a aplicação da ferramenta de avaliação de riscos, que no caso do Sesi é a matriz de riscos 4×4. Katyana explica que se a avaliação preliminar não fornecer dados suficientes para avaliação do risco, torna-se necessário um estudo mais aprofundado, empregando métodos adicionais.

“Por exemplo, análises ergonômicas podem ser realizadas para perigos ergonômicos, ou técnicas de avaliação quantitativa previstas em normas de Higiene Ocupacional para avaliar a exposição aos riscos físicos ou químicos. Independente da forma de avaliação, os resultados são usados para traçar o perfil de exposição que é um dos componentes da probabilidade para determinar o nível de risco”, acrescenta. A gerente diz que, só assim, com base no processo descrito, compõe-se o inventário de riscos, que lista os perigos que impactam na segurança e saúde dos trabalhadores, as características e o nível de risco encontrado com a aplicação da matriz. “Com base no nível de risco encontrado será possível definir a necessidade e prioridade das ações que irão compor o plano de ação, que junto com o inventário formam o PGR”, finaliza.

EXPERIÊNCIAS
Na Braskem, a engenheira especialista II em SSMA da regional Bahia, Ester Cristina Bergsten Lopes, conta que o procedimento de PGR é corporativo, portanto, as matrizes de risco da unidade baiana de Camaçari são utilizadas também pelas plantas de Alagoas, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Na companhia, o PGR contém um documento base geral por planta, e é composto pelos subprogramas de PHO (Programa de Higiene Ocupacional); Programa de Ergonomia; Programa de Segurança Industrial; e Programa de Segurança de Processo e Emergência.

Em função do risco agudo ou crônico, Ester afirma que passada a fase da identificação dos riscos, a Braskem utiliza matrizes diferentes. Para Ergonomia e Higiene Ocupacional (riscos crônicos) são utilizados modelos baseados na matriz da AIHA (American Industrial Hygiene Association) e para Segurança Industrial e Segurança de Processos, uma mesma matriz aplicável a eventos agudos (Matriz de Aceitabilidade de Riscos).

“A matriz utilizada para Segurança de Processo e Segurança Industrial possui quatro categorias de severidade e cinco categorias de frequência que, combinadas, geram três classificações de potencial de risco (baixo, médio e alto). Já as matrizes de Ergonomia e Higiene Ocupacional contêm cinco categorias de severidade (grau de efeito à saúde) e cinco categorias de frequência (grau de exposição) que, combinadas, geram cinco classificações de potencial de risco (graus de risco à saúde)”, compartilha. Para a especialista, a vantagem da matriz é conseguir calcular o potencial real de risco que cada agente representa e poder priorizar as medidas mitigadoras.

Já o Sesi utiliza uma metodologia padronizada de avaliação de riscos do tipo 4×4, que consiste em cruzar, para cada perigo identificado, duas variáveis predeterminadas pela NR 1, a severidade das possíveis lesões ou agravos à saúde com a probabilidade de ocorrência dessas lesões. “Por exemplo, um perigo com Severidade ‘5 – Crítica’ e Probabilidade ‘5 – Altamente Provável’ seria classificado na matriz de riscos como um risco de nível ‘25 – Crítico’, demandando medidas de prevenção com prioridade 1 (PR1)”, afirma Katyana. Este modelo já é utilizado pelo Serviço desde 2004 para elaboração do antigo PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e foi escolhido por ser reconhecido mundialmente e por ser considerado uma ferramenta simples e eficiente para o processo de gestão de riscos.

ESTUDO
A gestora explica que apesar da matriz de riscos 4×4 já ser utilizada pelo Sesi há 20 anos, foi preciso aperfeiçoar a metodologia para que o uso da matriz atendesse plenamente aos requisitos do PGR com a atualização da NR 1. “Com este objetivo, um grupo de profissionais do Sesi, de diferentes estados, dedicou-se por um ano para adaptar, testar e validar a metodologia, permitindo sua aplicação em diferentes empresas. As normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e da AIHA serviram como referencial técnico para a metodologia utilizada pelo Sesi”, complementou.

Metodologia aperfeiçoada

Para adaptar a metodologia de avaliação de riscos do Sesi às exigências da NR 1, Katyana afirma que o principal desafio foi incluir o número de pessoas expostas como um elemento da variável severidade, abordagem não encontrada em nenhuma das metodologias de gestão de riscos estudadas pelo grupo. A solução, conforme ela, foi atribuir um peso menor a esse componente, de forma que o impacto de um menor número de trabalhadores expostos fosse minimizado, enquanto o aumento do número de trabalhadores expostos contribuísse para o aumento do nível de risco e, consequentemente, na priorização das ações necessárias.

“É importante enfatizar que nossa metodologia de avaliação de riscos traz um histórico de aplicação prática em mais de 50 mil estabelecimentos e transcende a utilização de uma ferramenta para cruzar severidade e probabilidade, definição dos pesos aplicáveis às suas componentes. O que realmente distingue nossa abordagem é a definição dos critérios que influenciam as componentes dessas variáveis”, complementa a engenheira de segurança do Sesi Nacional e coordenadora do projeto de desenvolvimento da nova matriz de riscos Sesi, Migliane Réus.

Esses critérios, segundo ela, variam de acordo com cada categoria de perigo – físico, químico, biológico, ergonômico e de acidentes – e podem variar de acordo com a natureza do perigo. “Com base nessas definições é possível categorizar de maneira adequada, independentemente do tipo de perigo, a gravidade do dano, o perfil de exposição e a eficácia das medidas de prevenção em vigor, além de estabelecer critérios para considerar o número de indivíduos potencialmente afetados”, finalizou.

Modelos diferenciados

Matriz de risco não é a única ferramenta de gestão

Embora a matriz de risco seja uma das ferramentas mais difundidas entre os profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho, a metodologia de avaliação de risco não é, necessariamente, uma matriz. Isso porque, quando se avalia os riscos da exposição ocupacional aos agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes, cada qual possui suas especificidades que não alcançam, por vezes, os mesmos métodos propostos pelos modelos da matriz. Quem chama a atenção é o higienista ocupacional Marcus Braga.

Braga: abordagens diferentes | Crédito: Divulgação Nexa

Para ele, o cerne da avaliação de risco está em utilizar metodologias práticas, comprovadas, disponíveis e adequadas à finalidade para a qual foi construída e, neste sentido, outras abordagens de validação podem ser usadas. Entre elas, o Padrão de Daubert, que considera critérios como extensas publicações revisadas por pares e aceitação científica; fornecimento de resultados de testes válidos contra dados; critérios adequados satisfeitos para uma taxa de erro aceitável e padrões de uso; e amplo uso em práticas profissionais.

Conforme o higienista, o risco da exposição ocupacional aos agentes químicos e físicos como o ruído, por exemplo, pode ser bem avaliado pela metodologia de Avaliação de Risco da AIHA. Com alguma adaptação, conforme Braga, é possível estender essa metodologia para outros agentes ambientais. Já para os riscos da exposição ocupacional aos agentes biológicos, há duas metodologias indicadas: BIOGAVAL-NEO, do Institut Valencià de Seguretat i Salut en el Treball (INVASSAT) da Espanha e Risico Inventarisatie en Evaluatie (RI&E), do Nederlands Kenniscentrum Arbeid en Longaandoeningen (NKAL) da Holanda.

“A escolha do modelo depende da finalidade do objeto em análise. Por exemplo, a avaliação de risco para perigos químicos deve considerar se trata-se da avaliação da exposição ocupacional, da avaliação de segurança de processo ou gerenciamento de controles críticos. A primeira toma princípios de higiene ocupacional, a segunda considera o fluxo da matéria, variáveis de processo, operações unitárias, entre outros aspectos”, explica.

AIHA
Braga ainda cita a metodologia de avaliação de risco da AIHA, contida no Capítulo 7 ‘Coleta de Informações Adicionais’ do livro “Uma Estratégia para Avaliar e Gerenciar Exposições Ocupacionais”, que tem o objetivo de definir a prioridade de coleta de informação adicional para os agentes ambientais. A AIHA coloca a avaliação de risco à saúde em função de três componentes: exposição, severidade e incerteza.
O doutor em Meio Ambiente, pesquisador titular da Fundacentro com atuação nas áreas de Higiene Ocupacional, Segurança Química e Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho, Gilmar da Cunha Trivelato, explica que o que difere outras ferramentas da matriz de risco é a maneira de combinar a probabilidade e a severidade. “A matriz pode ter categorias de probabilidade – como provável e improvável – e gradação de severidade através de uma escala numérica ou qualitativa, que pode ir de um dano muito severo a leve. Quando essa avaliação é feita através de uma fórmula é possível combinar o nível de risco e a probabilidade versus severidade. Assim, basta dar um índice numérico para cada uma dessas categorias e teremos uma escala para estabelecer o nível de risco”, explica.

DESAFIOS
Independente da ferramenta ou do modelo, o gerenciamento de riscos é um processo complexo e pode ser marcado por incertezas. Prever os resultados exatos de determinados riscos pode ser um desafio, isso porque eles não costumam estar isolados e dominar essa complexidade é uma tarefa difícil. Mas não é a única. A construção de uma matriz de risco ou de outras ferramentas de gestão, encontra diversas barreiras.

Chahoud: esforço compartilhado | Crédito: Arquivo pessoal

Para o engenheiro de Segurança do Trabalho, higienista ocupacional e diretor da Laboral – Saúde e Segurança no Trabalho, Jorge Chahoud, os principais desafios incluem falta de recursos financeiros, uma vez que a limitação de orçamento pode restringir a capacidade de implementar medidas de controle eficazes; falta de pessoal qualificado, podendo dificultar a identificação e avaliação correta dos riscos; e a falta de comprometimento da direção, pois sem o apoio da alta direção pode ser desafiador obter os recursos necessários e promover uma cultura de segurança.

Para superar essas dificuldades, na opinião de Chahoud, é preciso investir na formação e no desenvolvimento contínuo dos profissionais de SST, bem como na capacitação dos trabalhadores sobre os riscos e medidas de prevenção. “Também é preciso estabelecer canais de comunicação claros e eficazes entre todos os níveis da organização para garantir que as informações sobre riscos e segurança sejam disseminadas adequadamente, e implementar soluções tecnológicas que possam auxiliar na identificação e gestão de riscos, otimizando o processo e reduzindo a necessidade de recursos”, sugere. Além disso, Chahoud indica buscar parcerias com outras organizações, instituições de ensino e entidades governamentais para compartilhar recursos e conhecimentos. “Enfrentar esses desafios requer um esforço conjunto e uma abordagem proativa por parte dos profissionais de SST, visando a criação de um ambiente de trabalho seguro e saudável”, conclui.

OUTROS ENTRAVES
Os obstáculos, porém, não são apenas de ordem organizacional, mas também dizem respeito à própria forma de avaliar os riscos. O engenheiro Químico e de Segurança do Trabalho e higienista ocupacional Osny Ferreira de Camargo, acredita que agregar a colaboração de todos na hora de fazer a graduação dos riscos não é uma tarefa fácil. Primeiro, de acordo com ele, é preciso definir critérios para classificar a probabilidade, ou chance de ocorrer o dano, e critérios para classificar os danos.

“Esses critérios têm que ter um entendimento comum. Somente a prática possibilita isso. A gradação dos riscos tem muita subjetividade. Por isso, quanto mais gente com diferentes visões participar dessa dinâmica, melhor será o resultado. Isso inclui operadores, supervisores, gerentes, profissionais de manutenção e de engenharia. É muito difícil agregar todas essas pessoas a essas dinâmicas. A única maneira para superar essa dificuldade é incluir a alta gerência no processo”, defende.

O engenheiro de Segurança do Trabalho, Mário Sobral Jr. também acredita ser necessária a abordagem de uma equipe multidisciplinar, com a participação dos trabalhadores. “Avaliadores diferentes não necessariamente chegarão ao mesmo resultado, ainda que tenham as mesmas informações sobre a atividade analisada, pois as classificações são diretamente relacionadas às visões de mundo do avaliador e alguns fatores podem não ser considerados ou mesmos reconhecidos. Nunca teremos um profissional que domine todas as áreas, por isso a importância do trabalho em equipe”, justifica.

A engenheira Especialista II em SSMA da Braskem na regional Bahia, Ester Cristina Bergsten Lopes, também acredita que, para superar estes desafios é importante ter profissionais qualificados. “Os profissionais precisam não apenas entender como construir uma matriz, mas categorizar corretamente cada agente de risco em termos de severidade e frequência para não subestimar ou superestimar o risco, e assim, não conseguir priorizar corretamente as medidas de controle”, alerta.

DINÂMICA
Outro fator a ser considerado, para Sobral, é que as matrizes não incluem nenhuma avaliação de prazos, por exemplo: o risco de um acidente em altura amanhã pode ser muito diferente do risco de um acidente em altura em três meses. “Esse é um fator importante a ser considerado, pois as empresas têm processos cada vez mais complexos e com alterações quase diárias realmente é complicado realizar uma avaliação considerando um prazo mais dilatado. Por isso que a norma fala de avaliação contínua, apesar de sabermos que nunca teremos como revisar todos os itens diariamente”, explica.

Ferramentas de gestão de risco devem ser elaboradas em conjunto pelos profissionais de SST | Crédito: Por Freedomz/Shutterstock

Também, de acordo com o engenheiro, é comum os profissionais de SST utilizarem informações para as matrizes em condições de extrema incerteza, sem dados estatísticos sólidos ou metodologias adequadas. “Muitas matrizes de riscos são preenchidas apenas com a visão de um grupo de profissionais (quando tem um grupo), mas sem nenhum respaldo metodológico para dar suporte. Dependendo dos critérios utilizados para a pontuação, matematicamente, o resultado será tendencioso e pode ser até pior do que uma avaliação com dados aleatórios”, justifica.

Diante destes pontos, Sobral reforça que a matriz de risco é uma ferramenta dinâmica e deve ser revisada periodicamente. “Sempre que houver alterações no ambiente de trabalho, nos processos de trabalho ou na legislação. Porém, infelizmente muitas empresas mantêm o vício do finado PPRA e realizam apenas avaliações anuais”, lamenta.

A incorporação da avaliação de riscos ao PGR conferiu um novo status para o gerenciamento nas organizações e ferramentas como a matriz de risco passaram a colaborar ainda mais para a priorização dos perigos laborais. Ao identificar, classificar e visualizar suas ameaças, as empresas conseguem alocar seus recursos e esforços de maneira mais assertiva em prol da SST. A criação de planos de ação também passa a ser mais orientada, permitindo uma gestão contínua. O processo está bem desenhado. Só é preciso que os profissionais o dominem para que a proteção dos trabalhadores seja garantida.

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