sexta-feira, 27 de junho de 2025

Inspeção realiza I Encontro Estadual de Segurança e Saúde no Trabalho do Rio de Janeiro

Por Dâmares Vaz | Sinait

A Inspeção do Trabalho no Estado do Rio de Janeiro realizou nos dias 17 e 18 de outubro o I Encontro Estadual de Segurança e Saúde no Trabalho. No evento, profissionais de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) e outros atores sociais da área compartilharam conteúdo técnico de excelência e boas práticas, a fim de contribuir para a promoção de um meio ambiente de trabalho seguro e saudável e para o desenvolvimento de uma cultura prevencionista. O encontro ocorreu no Palácio da Fazenda, no Centro da capital fluminense.

A atividade fez parte do calendário da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Canpat), do Ministério do Trabalho e Emprego, que em 2023 aborda o tema “Segurança e Saúde no Trabalho como Princípio e Direito Fundamental: riscos psicossociais relacionados ao trabalho”.

A chefe da Seção de Segurança e Saúde no Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho no Rio de Janeiro (Segur/SRT/RJ), Ana Luiza Horcades, avalia que os objetivos pretendidos com a realização do encontro foram alcançados – promover a aproximação entre os diversos atores sociais de SST e disseminar conteúdo técnico relevante para profissionais da área. No dia 16, ainda foram realizados minicursos sobre SST.

Para o presidente da Delegacia Sindical do SINAIT no Rio e vice-presidente da Associação estadual dos Auditores Fiscais do Trabalho (Afaiterj), Daniel Ferreira, o evento foi um marco na promoção de uma cultura prevencionista no estado. “O encontro aproximou Inspeção do Trabalho e diversas entidades, com potencial de ampliar as parcerias e iniciativas de trabalho decente”, afirmou. Ele ainda parabenizou a chefe da Segur e o superintendente da SRT/RJ, Alex Bolsas, pela organização do evento.

Da mesa de abertura do encontro participaram, além de Ana Luiza Horcades e de Alex Bolsas, representantes da Fundacentro, do Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro e da iniciativa privada, representada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

Os paineis contaram com apresentações dos projetos de fiscalização e das ações da Secretaria de Estado de Saúde e do Ministério Público do Trabalho. Também foi feita uma avaliação da implementação da Norma Regulamentadora (NR) nº 1 no estado. Fatores de riscos psicossociais, produção científica em SST e métodos de avaliação da saúde do trabalhador foram outros temas na pauta do encontro.

Impacto dos acidentes e dos adoecimentos

Riscos psicossociais compreendem os fatores que contribuem ou causam adoecimento mental aos trabalhadores. Decorrem de falhas na organização e gestão do trabalho, resultando em transtornos mentais e do comportamento, doenças do sistema nervoso, conjuntivo e osteomuscular, e outras dificuldades físicas e mentais. 

Atividades repetitivas e com alta cadência, atribuição de responsabilidades e metas excessivas, excesso de trabalho e competitividade, cultura organizacional inadequada e ausência de perspectivas ou recompensas são exemplos de situações que podem provocar o desenvolvimento de doenças ocupacionais e a ocorrência de acidentes de trabalho típicos.

Além de afetar trabalhadores e sua família, o problema impacta a previdência social e as empresas. A ocorrência de “outros transtornos ansiosos” relacionados ao trabalho teve um incremento de 68,41% no período de 2015 e 2019, o que exige amplo debate e pesquisa dos meios de prevenção de riscos psicossociais, assunto que vem sendo abordado na Canpat 2023.

O Brasil é, lamentavelmente, um dos países em que mais pessoas sofrem acidentes e morrem em decorrência do trabalho. A média de notificações tem se mantido no intervalo de 500 a 700 mil episódios anuais. A média de óbitos – cerca de 2,5 mil por ano – também se mantém.

Em 2022, houve 612.920 comunicações de acidentes de trabalho (CAT) e 2.538 notificações de mortes decorrentes desses episódios. A estimativa de subnotificação está na casa dos 19%, ou 115 mil acidentes sem CAT (a CAT abrange apenas o emprego com vínculo regular). Ou seja, os trabalhadores informais, que são parcela considerável da força de trabalho do país, não aparecem nas estatísticas, embora sejam frequentemente os mais expostos a riscos.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!

Artigos relacionados