domingo, 29 de junho de 2025

Artigo – Segurança de Máquinas: Bloqueio e etiquetagem – Ed. 376

Mais importante do que implantar o Programa LoTo é a sua gestão correta e constante

A consciência sobre a importância da Segurança do Trabalho e a proteção do trabalhador nos locais de trabalho têm se tornado uma prioridade para as empresas a cada dia.

A Segurança do Trabalho pode ser entendida como um conjunto de medidas que visa reduzir acidentes e doenças ocupacionais, protegendo a integridade dos trabalhadores. A legislação brasileira prevê que as empresas sigam as NRs (Normas Regulamentadoras) a fim de garantir a saúde de seus colaboradores. Algumas NBRs (Normas Brasileiras) elaboradas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) são mencionadas nas NRs como na NR 10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade). Neste caso, o seu cumprimento torna-se obrigatório.

Há uma série de medidas que as empresas podem implantar para garantir a Segurança do Trabalho como compor uma equipe multidisciplinar focada na segurança do trabalhador – formando um SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho). Mais importante do que a iniciativa de implantar o Programa LoTo é fazer a gestão correta do programa, elaborar um relatório de riscos e estabelecer as prioridades de segurança, identificar condutas inadequadas, investir em treinamentos e reconhecer os bons comportamentos.

Além destas, destacamos a implantação de um programa específico para direcionar o trabalho com energias perigosas, o PCEP (Programa de Controle de Energias Perigosas), também chamado LoTo (Lockout Tagout).

PROCEDIMENTOS

O programa LoTo abrange um conjunto de procedimentos para a realização do correto bloqueio (lockout) e etiquetagem (tagout) dos equipamentos durante as paradas de manutenção em máquinas e equipamentos, a fim de prevenir acidentes.

A implantação do Programa LoTo é realizada por etapas, sendo o primeiro passo a definição de um procedimento geral e sua devida divulgação a todos os membros da equipe envolvida.

Um procedimento geral bem definido deve tratar de alguns aspectos importantes relativos ao Bloqueio e Etiquetagem dentro da empresa, como:

1. Quais os cuidados devem ser tomados em relação aos dispositivos de bloqueio?

2. Como serão tratados os bloqueios nas trocas de turnos?

3. Como serão os bloqueios de longas durações em sistemas start stop ou partida lenta?

4. Quais os procedimentos em caso de perda da chave do cadeado de bloqueio e outras situações específicas?

Em seguida devem ser realizados os mapas de bloqueio, também chamados de instruções de trabalho. Estes documentos são feitos especificamente para cada equipamento – ilustrados com fotos dos equipamentos e seus devidos pontos de bloqueio, além da forma como deve ser realizado o bloqueio, o teste de energia zero e as fotos dos dispositivos de bloqueio que serão utilizadas.

É importante destacar que o ideal é que o bloqueio seja feito para que o equipamento fique com energia residual zero, mas sabe-se que em 90% dos casos isso não é possível, por diversos motivos, entre eles equipamentos com diversos sistemas internos – elétrico, hidráulico, extrusão de ar quente, entre outros. Se imaginarmos uma situação em que será feita a troca do sensor da porta de um equipamento como este, podemos supor que seria muito oneroso desenergizar todas as fontes de energias e ter que aguardar horas após a manutenção para que as resistências do extrusor voltem a aquecer. Em casos assim, para não perder produtividade, o bloqueio pode ser feito somente em alguns pontos específicos do equipamento.


Dados do autor:

João Marcio Tosmann – Engenheiro Eletricista com ênfase em Eletrônica – PUC/RS, pós-graduado em Administração Industrial – USP e MBA em Marketing – ESPM e sócio fundador da Tagout

https://www.linkedin.com/in/joaomarciotosmann/


Confira o artigo completo na edição de abril da Revista Proteção.

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