Por Bruna Klassmann/Jornalista da Revista Proteção
A Animaseg (Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho) lançou durante a entrega da Comenda de Honra ao Mérito de SST, na última quinta-feira, dia 9, os “Indicadores do Mercado Brasileiro de Equipamentos de Proteção Individual 2021”. A publicação, criada em 2003, tem como objetivo servir de orientação para as empresas definirem suas estratégias de mercado. “A base dos indicadores é o levantamento do mercado anual de EPIs, detalhado em nove setores, mas conta, também, com dados sobre exportação e acidentes do trabalho. Hoje, é o único indicador de mercado no Brasil e atende os objetivos para os quais foram criados, sendo utilizando tanto por empresas brasileiras, como servindo de base para levantamentos mundiais”, destaca José Geraldo Brasil, presidente da Animaseg.
O documento traz um resumo geral do mercado em 2020, com informações detalhadas para os dez tipos principais de EPIs: vestimentas de segurança, luvas de segurança, luvas hospitalares, calçados de segurança, proteção respiratória, proteção a face/olhos, equipamentos contra quedas, capacetes de segurança, cremes protetores e proteção auditiva.
INDICADORES
No ano de 2020, devido à pandemia da Covid-19 e suas consequências no mercado de EPI, parte dos produtos e empresas tiveram que atender a uma demanda muitas vezes superior à média história, enquanto outros tiveram que, simplesmente, paralisar seus fornecimentos e, consequentemente, suas produções devido à paralisação das atividades produtivas de seus clientes por diversos meses. “Em 2020, apesar do lockdown e uma expectativa inicial de queda, tivemos um aumento de 25% em dólares, chegando a 3,2 bilhões de dólares no ano, resultado puxado, principalmente, pelos EPIs destinados à área médico-hospitalar, tendo o mercado de respiradores descartáveis crescido 416%, isto somado a uma recuperação dos demais EPIs no último trimestre”, destaca Brasil.
Ainda conforme o presidente da Animaseg, o mercado brasileiro de EPIs continua crescendo e se espera que feche 2021 com um aumento de 6% em valor. “Mesmo havendo uma queda dos EPIs da área médico-hospitalar, foi compensada pela demanda crescente dos demais equipamentos. Neste 2021, a indústria de equipamentos enfrentou um forte desabastecimento de algumas matérias primas, além do aumento significativo de preços”, reforça Brasil.
Sobre as expectativas para 2022, Brasil aposta que o mercado de EPIs continuará crescendo significativamente. “Isso se dará devido ao reconhecimento global da importância do EPI durante a pandemia, além da conscientização crescente das empresas brasileiras e a entrada em vigor da parte de SST no e-Social”, destaca.
EXPORTAÇÕES
Já nas exportações brasileiras de EPIs, os indicadores reforçam a continuidade de crescimento em 2020, com um aumento de 71%, somando US$ 76,21 milhões. Em 2019, já havia aumentado 11% com relação ao ano anterior, somando US$ 44,67 milhões. “Em 2020, os valores finais cresceram significativamente em relação a 2019, especificamente, devido a exportação de respiradores descartáveis, tipo PFF2. Mas estudando a variação, verificamos que ela ocorreu nos meses de fevereiro e março de 2020, no NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) de PFF que é o mesmo que o de máscaras cirúrgicas, apontado em março de 2020 para uma exportação expressiva”, salienta o presidente da Animaseg.
Conforme Brasil, estes números poderiam ter sido maiores, caso o Governo Federal não tivesse proibido neste mesmo período, a exportação de vários equipamentos ligados à área médico-hospitalar, frustrando a oportunidade que se abria naquele momento para o mercado brasileiro. “Por desconhecer a potencialidade da indústria brasileira, que tinha a capacidade ociosa e de ampliar sua produção para atender tanto o mercado interno como o externo”, destaca.
Acesse aqui, o conteúdo dos indicadores na íntegra.