Critérios adicionais para avaliar a transmissão do risco para mãos e braços devem ser considerados
Os termos “vibração mão-braço” e “vibração localizada” são frequentemente usados para se referir à vibração de ferramentas elétricas e pneumáticas, mas não indica claramente se a mão e o braço são as origens da vibração ou se os limites de seus efeitos são no local de entrada. Apesar de alguns efeitos ocorrerem especificamente nos dedos e nas mãos, a vibração se estende para o corpo através das mãos e provoca resultados que podem ser importantes. Então, o termo “vibração transmitida manualmente” seria mais adequado. A vibração transmitida manualmente ocorre sempre que um indivíduo segura uma ferramenta em funcionamento. Pode ser um instrumento cirúrgico motorizado, polidor de piso, palheta de demolição, martelo demolidor, pistola de rebitar, guidão de motocicleta, máquina de cortar cabelo ou uma grande variedade de outros tipos de ferramentas utilizadas amplamente nas indústrias.
A vibração transmitida manualmente tem sido associada a diversos distúrbios musculoesqueléticos (MSD), problemas vasculares periféricos e sensório-neurais e outras doenças. A exposição repetitiva a vibrações de longo prazo resulta em uma redução na sensibilidade tátil, perda de destreza manual e vaso-espasmos (que podem ser potencializados pelo frio), induzindo ao branqueamento de dedos e mãos. Esses sintomas são referidos como síndrome da vibração mão-braço (HAVS) e trabalhadores expostos a ferramentas com frequência dominante na faixa de 60 a 300 Hz são mais propensos a desenvolver os sintomas da HAVS. Empregados que usam ferramentas manuais que emitem uma frequência dominante mais baixa (10 a 60 Hz) também podem apresentar sintomas desta síndrome. No entanto, as ferramentas com menor frequência dominante são mais propensas a induzir a perda de massa muscular e lesões articulares no cotovelo e ombro. Trabalhadores expostos à vibração transmitida manualmente podem se queixar de episódios de dedos pálidos ou brancos. Essa condição é conhecida como fenômeno de Raynaud em homenagem ao médico francês Maurice Raynaud.
Dados do autor:
Valdiney C. Sousa – Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho, Técnico em Higiene Ocupacional, Membro Técnico da Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais
valdineycs@yahoo.com.br
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