terça-feira, 24 de junho de 2025

Manual para seleção de EPI – Proteção ocular e facial

A escolha adequada requer orientações básicas sobre importância do seu uso, aplicação de acordo com o risco e normatização técnica

Quando o assunto é proteção dos olhos e/ou face é sempre importante ressaltar que existe uma combinação de riscos aos quais o trabalhador pode estar exposto, e que podem ser de natureza mecânica ou também de natureza óptica.

Riscos de natureza mecânica são aqueles que podem gerar prejuízos à integridade física do usuário, como o desprendimento de objetos em alta velocidade, pontiagudos, pesados ou outros materiais que o trabalhador esteja manipulando e que possam ser lançados contra ele ou terceiros. Normalmente esse tipo de risco está associado a atividades como o uso de tornos, fresas, parafusadeiras, furadeiras, lixadeiras, operações de manutenção em geral, dentre outras inúmeras atividades em que o trabalhador possa estar exposto ao desprendimento de partículas volantes – estilhaços, fagulhas, peças, dentre outras.

O trabalhador que não utiliza o EPI adequado para estas e outras atividades similares está exposto a riscos de danos severos a sua saúde, podendo ocasionar cortes, perfurações, escoriações em seus olhos e face. Inclusive, dependendo da intensidade do dano, a lesão pode ocasionar até mesmo a sua morte.

RADIAÇÕES

Os riscos de natureza óptica estão associados à exposição do trabalhador a radiações de origem óptica. Essas radiações fazem parte do espectro eletromagnético, que é o intervalo das frequências da radiação eletromagnética, observando-se que cada frequência corresponde a um tipo de radiação, incluindo radiações ultravioleta, visível e infravermelha. Algumas atividades no ambiente de trabalho emitem um destes tipos de radiação ou mesmo combinações delas, o que é sempre prejudicial à saúde de nossos olhos. Por exemplo, um trabalhador que opera um forno de fundição ou lida diariamente com atividades de soldagem está exposto a radiações ópticas em diversas frequências do espectro eletromagnético, o que pode ocasionar doenças ocupacionais ou doenças oculares como catarata, ceratite, distúrbios como miopia, astigmatismo ou até mesmo cegueira.

Assim como nos riscos de natureza mecânica, é de extrema importância que o trabalhador utilize o EPI adequado ao risco ao qual está exposto, pois esse tipo de exposição por radiação óptica pode gerar também dores de cabeça, nos olhos, tonturas e outros sintomas.

Daí a necessidade de sempre escolher bem o EPI que será utilizado e analisar criticamente cada atividade de trabalho para realizar a seleção do equipamento mais adequado.

ÓCULOS DE SEGURANÇA

O óculos de segurança deve ser usado sempre que existir a possibilidade de o trabalhador ser atingido por algum agente de risco que comprometa majoritariamente a área dos olhos, como exposição a radiações luminosas intensas, riscos de desprendimento de pequenos objetos ou projeções de gotas e respingos de líquidos, por exemplo.

Um bom óculos de segurança sempre será aquele que garante a proteção adequada para o risco ao qual o usuário está exposto. Tecnicamente, é de extrema importância que antes de adquiri-lo, sejam avaliados todos os fatores de risco envolvidos nas atividades que cada trabalhador executa e se consulte o CA (Certificado de Aprovação) do EPI para verificar se possui as indicações de proteções para aqueles riscos.

Algumas características mais relacionadas ao design e conforto também podem ser consideradas no momento da escolha do EPI, como os materiais de composição (que podem conferir leveza ao produto), conforto e encaixe na região do nariz e orelhas, tipos de hastes, vedação ao redor dos olhos do usuário, ventilação, tratamentos nas lentes, cores das lentes, entre outras características que, inclusive, podem ser combinadas. Todas essas informações referentes aos detalhes estruturais de cada tipo de EPI podem ser consultadas na descrição do CA.

PROTEÇÃO FACIAL

Do mesmo modo, o uso de protetores faciais para os trabalhadores é de extrema importância. Contudo, a preferência pelo seu uso deve ser dada sempre que os riscos aos quais o usuário estiver exposto possam atingir, não apenas os olhos, mas também a sua face.

Pensando que um protetor facial possui sua principal fonte de proteção no visor, o mesmo deve ser confeccionado de material que consiga proteger o usuário dos riscos de naturezas mecânica e óptica, assim como no caso dos óculos de segurança com relação às suas lentes. Também a estrutura de fixação do protetor à cabeça do usuário deve ser compatível ao nível de proteção oferecida pelo visor. Para operações com alto risco de desprendimento de objetos, atividades em que exista um grande fluxo de radiação luminosa ou mesmo a ação de radiações de origem térmica, o ideal é fazer uso de protetores faciais justamente para garantir uma proteção mais ampla da área exposta ao risco, que no caso é toda a face do usuário, incluindo os olhos.

Quanto à escolha do protetor, a principal preocupação deve ser para que ele proporcione a proteção compatível ao risco existente e à atividade a ser executada. Quanto ao conforto e a garantia da proteção do usuário, o protetor facial deve estar posicionado na cabeça do usuário de forma adequada, firme e segura de modo que não exista o risco de se soltar ou se movimentar. Também, dependendo dos materiais empregados na composição do equipamento, pode ser que o EPI tenha tendência a ficar mais pesado e robusto, sendo normalmente indicado para atividades mais rígidas e que envolvam diversos riscos combinados, como operações de manutenção, com risco de exposição térmica ou quando for necessário o uso em conjunto com capacetes, por exemplo. Por esse motivo, mais uma vez se torna essencial a consulta ao CA do EPI para verificar todas as suas variações estruturais e materiais de composição.

MÁSCARA DE SOLDA

As máscaras de solda devem ser sempre usadas durante operações de soldagem que envolvam altos índices de exposição luminosa. Normalmente, neste tipo de atividade, além desta questão, há também o lançamento de fagulhas, faíscas e pequenos estilhaços resultantes do processo. Em razão disso, o escudo da máscara de solda deve fornecer proteção compatível que consiga barrar essas partículas para que não atinjam os olhos e a face do trabalhador.

O uso do EPI correto, além de prevenir acidentes, reduz também a chance de que doenças ocupacionais sejam desenvolvidas a longo prazo. No caso das atividades de soldagem, como o índice de exposição a radiações luminosas é alto, os olhos devem estar com as proteções adequadas para que seja possível filtrar essas radiações nocivas sem afetar a qualidade do trabalho que está sendo realizado.

Assim como os demais EPIs, uma boa máscara de solda é aquela que fornece a proteção adequada ao risco ao qual o usuário está exposto e deve ser escolhida com base na atividade a ser desenvolvida.

Por exemplo, se é uma atividade constante de processos de soldagem, o ideal é que a máscara seja confeccionada em um material mais leve, mas se for uma atividade com alto risco de desprendimento de grandes partículas durante o desenvolvimento do trabalho, o ideal pode ser o uso de máscaras com escudos mais robustos. Deve-se reforçar sempre que independentemente do material usado na fabricação de cada parte do EPI, a proteção não deve, jamais, ser prejudicada.

Múltiplas escolhas

Mercado oferece pluralidade de modelos, mas é preciso checar a real proteção

Existe hoje no mercado uma grande variedade de equipamentos de proteção dos olhos e da face. Todos eles são EPIs bastante plurais, o que torna mais flexível a possibilidade de combinações de estruturas e acoplamentos a outros equipamentos.

Sobre os óculos de segurança, normativamente, são divididos em duas categorias: óculos de segurança e óculos de segurança tipo ampla visão.

  • Óculos de segurança, por definição, são protetores cuja intenção é proteger os olhos do usuário de certos riscos e perigos, portanto têm sua proteção limitada à região dos olhos. Este tipo pode ter sua armação injetada em uma única peça ou armações convencionais com lentes encaixadas nas oculares, o que não exclui outras configurações. É possível que se encontre no mercado diversos tipos de hastes (espátulas, ajustáveis, maleáveis, entre outras); cores diferenciadas de lentes e de armações; acessórios; tamanhos; materiais de lentes, entre outras variações estruturais.
  • Já os óculos de segurança tipo ampla visão são, por definição, aqueles que se ajustam firmemente ao redor dos olhos para protegê-los de certos riscos e perigos. Estes óculos, também chamados de goggles, devem possuir vedação ao redor dos olhos ligada diretamente à armação.

Esse tipo pode ou não possuir sistema de ventilação, de modo a evitar embaçamentos. A ventilação pode ser através de orifícios que permitam a passagem direta de ar do exterior para o interior dos óculos ou indireta através de válvulas ou aberturas recobertas pela própria armação. Normalmente esse tipo é indicado para uso quando existe o risco de projeção de gotas e respingos de líquidos ou para atividades em que a exposição dos olhos à projeção de objetos em alta velocidade possa ser maior.

O MELHOR ÓCULOS

No momento da escolha dos óculos corretos, é preciso avaliar todos os riscos envolvidos na atividade que o trabalhador irá desenvolver. Tendo essa avaliação e os potenciais riscos em mãos, a consulta ao CA dos EPIs é primordial, pois é através deste documento que é possível verificar quais as proteções que o equipamento oferece, suas limitações, restrições, características construtivas e demais informações relevantes. Todas as informações presentes no CA foram verificadas pelo órgão regulador, que é a Secretaria do Trabalho do Ministério da Economia, por meio do relatório de ensaio emitido para cada EPI pelo laboratório competente para avaliação desta categoria de equipamento. No caso dos óculos de segurança, a competência hoje é do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo). Portanto, deve ser sempre este documento a base para a escolha do EPI, pois o CA é um documento isento de características comerciais e espelha tecnicamente os resultados laboratoriais obtidos quando da avaliação do equipamento.

LENTES GRADUADAS

Uma pesquisa realizada pelo IBGE em 2010 aponta que seis em cada 10 brasileiros precisam utilizar óculos graduados. Certamente nesta estatística há também trabalhadores que têm seus olhos expostos a situações de risco durante o desenvolvimento de suas atividades de trabalho. Por sua vez, o Artigo 166 da CLT e a NR 6 estabelecem a obrigatoriedade do fornecimento aos empregados, por parte da empresa, de EPIs adequados às fontes de risco a que o trabalhador está exposto e em perfeito estado de conservação e funcionamento. Sendo assim, caso o trabalhador faça uso de óculos graduados, a empresa deve fornecer ao empregado óculos de segurança com a sua respectivagraduação.

Há diversos tipos de óculos que contemplam essa variação. Por isto, no momento da aquisição do EPI, deve-se consultar o fabricante para verificar se aquele modelo é extensível à graduação ou se é possível a utilização de um clip interno para a inclusão das lentes corretivas (muito comum em óculos tipo ampla visão, por exemplo). Deve-se ressaltar que a lente usada na graduação deve ser exatamente igual à lente referenciada no CA do EPI, inclusive deve ser confeccionada do mesmo material e da mesma cor.

O MELHOR PROTETOR

Os protetores faciais disponíveis no mercado, assim como os óculos, são encontrados em diversas variações estruturais, materiais, cores, tamanhos, sistemas de ajuste, acoplamentos, entre outros. Cada variação possui seu campo de utilização mais indicado.

Os protetores faciais, por definição, devem cobrir a região da face se estendendo até o queixo do usuário. Sendo este, portanto, o tamanho mínimo. É possível encontrar diversos tamanhos de visores, que podem ser indicados para diversas atividades, e quanto maior o visor, maior a área de proteção oferecida pelo EPI. Assim como os visores são encontrados em diferentes tamanhos, também é possível que os visores sejam fabricados de diversos materiais de composição.

O material usado na fabricação do visor é um indicativo da proteção física que o EPI irá oferecer. Portanto, deve-se sempre consultar o CA para verificar todas as informações técnicas pertinentes. Quanto às cores dos visores, as mesmas cores aplicáveis aos óculos também se aplicam para protetores faciais.

Sobre o sistema de ajuste, é possível que sejam encontrados ajustes simples, com catraca ou em alguns casos por meio de elásticos que se estendem pela parte traseira da cabeça do usuário. É importante mencionar que o sistema de ajuste deve sempre estar de acordo com a atividade que será desenvolvida e a complexidade do protetor facial. É essencial que o EPI se mantenha estável na cabeça do trabalhador durante todo o desenvolvimento de seu trabalho, e a estabilidade depende diretamente do sistema de ajuste.

ACOPLAMENTOS

Já sobre as possibilidades de acoplamentos, por serem EPIs que se adequam a diversas atividades, os protetores faciais podem ser usados em conjunto com capuzes, capacetes, protetores auditivos, entre outros. Como esses EPIs usados no acoplamento também devem proteger contra os riscos aos quais são destinados, é preciso que todos sejam testados e analisados pelo órgão competente. Todos os seus acoplamentos devem ser verificados por meio de ensaios, de modo a atestar se o acoplamento não interfere na proteção individual de cada um deles. Para qualquer acoplamento, é necessário verificar no CA se o mesmo foi testado acoplado e, que, portanto, não terá seu nível de proteção prejudicados pelo acoplamento.

Reforça-se contudo, a necessidade de consultar o CA para verificar as proteções, enquadramentos, variações e todas as demais características construtivas do EPI para examinar se o mesmo, de fato, foi testado e aprovado naquelas configurações. É essencial que todas as características construtivas do EPI tenham sido avaliadas por meio de ensaios laboratoriais, pois qualquer variação pode afetar significativamente no desempenho do produto.

A MELHOR MÁSCARA

De acordo com a NR 6, temos disponíveis dois grandes grupos de máscaras de solda: as máscaras de solda convencionais de visor de tonalidade fixa e as máscaras de solda de escurecimento automático.

  • As máscaras de solda de escurecimento automático são aquelas que têm sua tonalidade variável em função da quantidade de exposição à luz que o usuário está exposto, alterando também seus níveis de proteção. Normalmente são indicadas para aquelas atividades de soldagem em que existe a necessidade de alterar a visão entre o claro e o escuro de forma rápida. Esse tempo de variação entre os estados claro e escuro é chamado de índice de comutação e é medido em segundos. As máscaras de solda de escurecimento automático têm suas proteções ópticas definidas entre um mínimo e um máximo de transmitância luminosa em que seu uso seja aplicável, tanto para proteção à luz intensa deste tipo de atividade, como também à exposição de radiação ultravioleta e infravermelha. Todos esses detalhes técnicos também devem ser verificados no CA, pois é possível que mesmo que a máscara apresente proteção para aquele risco, dependendo da faixa de proteção necessária para uma determinada atividade, pode não ser a mais indicada.
  • Já sobre as máscaras de solda convencionais de visor com tonalidade fixa, são máscaras cujos visores não apresentam nenhum tipo de variação de tonalidade ou de proteções, sendo fixas independentemente da exposição à luz que o usuário estiver exposto. Para ser considerado um visor apto a proteger o usuário de atividades provenientes de soldagem e processos similares, o visor deve possuir coloração suficiente para barrar luminosidade e também características como a propriedade de retenção das radiações ultravioleta, infravermelha e luz azul. Todas essas radiações de natureza óptica são emitidas em atividades de soldagem. Por esse motivo, para proteger o usuário destes riscos, os visores devem possuir essas características.

ESTRUTURA

Quando falamos das proteções físicas e estruturais das máscaras de solda, sejam elas de visor de tonalidade fixa ou de escurecimento automático, as opções são muitas. Quanto à estrutura física, as máscaras de solda podem possuir visor fixo ou articulável.

As máscaras de visor articulável, também conhecidas como basculante, têm a propriedade de levantar e abaixar o visor sempre que necessário. Essa opção é possível, pois a lente de solda fica na parte basculante da máscara enquanto que na parte interna (fixa) do escudo, existe uma lente incolor. É mais comum vermos essa variação em máscaras de solda de visor com tonalidade fixa para que seja possível alternar a visualização entre o claro e escuro, mas nesse caso, não sendo uma propriedade do visor e sim de estrutura da máscara que permite essa configuração.

As máscaras de visor fixo são aquelas que não possuem esse movimento de levantar e abaixar o visor, mas sim que o visor fica fixo ao escudo. Caso seja necessário visualizar algo após a operação de soldagem, é necessário retirar a máscara ou mesmo levantá-la pelo movimento basculante do escudo ligado à carneira.

SISTEMAS DE AJUSTE

Sobre os sistemas de ajuste e manuseio, é possível encontrar máscaras de solda com ajuste simples, por catraca, acoplada a capacetes de segurança ou mesmo tipo escudo manual, onde segura-se a máscara com uma das mãos através de um cabo à frente do rosto enquanto se executa uma atividade de soldagem mais simples. É possível também encontrar máscaras de solda acopladas a capacetes de segurança, ampliando o nível de proteção oferecida.

É importante ressaltar que caso a atividade de soldagem envolva risco de choque elétrico, o EPI não deve possuir partes metálicas expostas e nem mesmo estar acoplado a um capacete que não forneça proteção compatível com este risco. Quanto aos escudos, é comum encontrar esses materiais confeccionados de diversas matérias-primas, seja de materiais poliméricos ou complexos compósitos que consigam suportar o calor de possíveis faíscas geradas pela atividade de soldagem ou o alto impacto que também possa atingir o usuário.

A escolha da máscara de solda ideal sempre vai depender da complexidade do trabalho que será executado: quanto mais complexa, maior proteção e conforto o EPI deve oferecer. Isso porque atividades de soldagem envolvem riscos severos, uma vez que estão envolvidas exposição térmica, óptica e física. Por esse motivo, é sempre importante avaliar todos os riscos aos quais o usuário está exposto e verificar no CA se o EPI possui proteção compatível à proteção para aquela atividade.

Normatização exigida

IPT realiza ensaios e CA é obtido após avaliação técnica e documental

De acordo com Portaria SIT nº 585, de 4 de janeiro de 2017, ficou estabelecida a utilização da norma técnica ANSI/ISEA Z87.1-2015 como a norma de ensaio aplicável aos Equipamentos de Proteção Individual para os olhos e face tipo óculos de segurança, protetor facial e máscara de solda (excluída a de escurecimento automático). Desde então, os respectivos ensaios passaram a ser realizados no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo).

Para se obter o CA, é necessário encaminhar para análise o EPI para que sejam avaliados os requisitos técnicos, normativos e documentais. Em caso de aprovação, é emitido o relatório de ensaio, que deverá ser protocolado junto ao órgão competente em Saúde e Segurança do Trabalho para a emissão do CA. A Secretaria do Trabalho avaliará todos os requisitos técnicos solicitados pelos documentos normativos, como NR 6, Portaria nº 11.437 de maio de 2020, o Comunicado XLI (Equipamentos tipo Óculos, tipo Protetor Facial e tipo Máscara de Solda (excluída a de escurecimento automático), norma de ensaio e demais requisitos, para então prosseguir com a emissão do CA, que, para esta categoria de EPI, é valido por cinco anos.   

É importante destacar que o EPI sempre será ensaiado nas exatas condições preconizadas na norma técnica, inclusive no que diz respeito aos acessórios, cores, sistemas de ajuste, montagem e demais aspectos técnicos que possam ser afetados pela composição dos testes. Por esse motivo, antes de ensaiar um EPI, é importante avaliar todas as possibilidades de combinações que se deseja incluir no equipamento e que todas essas variações sejam encaminhadas ao laboratório para avaliação nos critérios cabíveis.

REFERÊNCIA

Em março foi publicada a ABNT PR 1009, que é uma prática recomendada sobre o uso de protetores faciais, em especial por profissionais da área da saúde. Essa PR não é uma norma e não será usada para fins de emissão de CA ou ensaios laboratoriais, uma vez que a norma técnica homologada em território nacional para equipamentos de proteção dos olhos e da face é a ANSI/ISEA Z87.1-2015 e a própria PR faz menção aos ensaios nesta norma. A PR é um guia para uso e seleção de protetores faciais, visando orientar quanto ao uso em atividades voltadas à área da saúde engajadas no enfretamento da pandemia do novo coronavírus, de modo a garantir a saúde e a segurança do trabalhador durante o desenvolvimento de seu ofício.

A Prática Recomendada foi desenvolvida por uma equipe de especialistas para trazer informações básicas sobre o modo de regulação destes EPIs no Brasil, apresentando diretrizes do órgão regulador e demais orientações que norteiam o processo de comercialização, uso e desenvolvimento destes produtos, além de todas as informações técnicas sobre construção e ensaios aplicáveis.


Baixe em PDF o Manual para seleção de EPIs – Proteção ocular e facial completo

Conteúdo e colaboração técnica de Lorena Reis Rodrigues, Engenheira Química, pós-graduada em Engenharia de Materiais e pesquisadora da área de equipamentos de proteção dos olhos e face no Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), no Laboratório de Química e Manufaturados (LQM) da Unidade de BioNanoManufatura (BIONANO).
lorenareis@ipt.br

*Esta é a primeira de uma série de reportagens sobre a forma de selecionar os EPIs adequados.

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