– Professor, semana passada o senhor estava com pressa e não tirou todas as minhas dúvidas sobre o TLV-TWA.
– Estou lembrado, meu filho. Já adianto que hoje eu também não estou desocupado, mas vou tentar falar mais alguma coisa sobre o assunto. Tinha comentado que devemos tomar cuidado com a avaliação do tempo não amostrado, porém, além disso, precisamos ter cuidado na escolha do dia da avaliação, pois a amostra deve ser o reflexo de um dia típico do trabalhador. Para isso, confira com o coordenador e com o trabalhador as atividades que ele realiza em um dia típico e durante a avaliação verifique se ele está realizando as atividades esperadas.
– No entanto, como vamos apresentar posteriormente, as avaliações de agentes químicos por 8 horas dificilmente serão realizadas em uma única coleta, por isso precisamos realizar um cálculo simples para conseguir obter a concentração média.
– Abaixo apresentamos a equação para realizar este cálculo:

sendo:
CMPT = concentração média ponderada pelo tempo
Cn = concentração de material particulado obtida para cada amostra
tn = tempo de coleta obtida para cada amostra
ttotal = tempo total de coleta (t1 + t2 + … + tn)
– É imprescindível termos em mente que um amostrador quando coletado durante um determinado período já representa a média ponderada no tempo para o tempo de coleta, ou seja, o resultado recebido do laboratório é a média ponderada no tempo para aquele tempo de coleta e não para a jornada de 8 horas. Sendo assim muito cuidado deve ser dado às coletas com tempo menor do que 8 horas, visto que ao se igualar esse resultado ao limite, admite-se que a exposição do período não amostrado é igual à exposição do período amostrado, e muitas vezes isso não é verdade.
– Não entendi, professor. Melhore a explicação!
– Acredito que com um exemplo ficará mais fácil o entendimento. Imagine que vamos realizar a coleta de 8 horas de um determinado agente e para isso faremos três coletas. No nosso exemplo o tempo de coleta máximo é de três horas, por isso faremos duas coletas de 3 horas e uma de 2 horas para conseguirmos avaliar a jornada completa de trabalho.
– Nas três primeiras horas foi obtida uma concentração de 30 ppm, nas três horas seguintes obtivemos 35 ppm e nas duas últimas horas a concentração foi de 90 ppm. Utilizando a equação apresentada anteriormente obteremos a seguinte concentração média:

– Ou seja, o valor médio para a exposição deste trabalhador é de 65,63 ppm. Você deve ter percebido que nesta empresa nas duas últimas horas do processo há uma elevação da exposição do trabalhador e caso tivéssemos avaliado apenas 75% da jornada iriamos obter o seguinte valor: 24,38 ppm
– Melhorou, professor. Mas e se eu não faço a coleta o dia todo como vou fazer este cálculo?
– Meu filho, já havia adiantado que estava sem tempo, ou seja, agora só no nosso próximo encontro.
O blog Segurito na Proteção trata de questões relacionadas à SST. É editado pelo professor Mário Sobral Jr, que é Mestre, engenheiro de Segurança do Trabalho, especialização em Higiene Ocupacional e Ergonomia e Editor do Jornal Segurito.
mariosobral@jornalsegurito.com
Bom dia Segurito.
Não entendi porque ao invés de colocar a concentração de 90 ppm nas ultimas 2 horas foi utilizado o valor de 180 ppm ???