quinta-feira, 26 de junho de 2025

MPT flagra condições precárias de trabalho em duas fazendas de café

Data: 05/07/2016 / Fonte: G1

São Sebastião da Gama/SP – Uma inspeção do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho (MPT) flagrou condições precárias de trabalho em duas fazendas de café em São Sebastião da Grama (SP) nesta terça-feira (5). Na fazenda Santa Rita do Taquaral os auditores fiscais encontraram 21 trabalhadores rurais que disseram não ter registro profissional para trabalhar na colheita, o que é ilegal.

Os fiscais encontraram outras irregularidades como a falta de equipamentos de proteção individual. “Botina, perneira, luva que tem que ser trocada toda vez que rasga e a gente viu todo mundo trabalhando sem, óculos de segurança e chapéu para proteger do sol”, disse o auditor fiscal Antônio Carlos Avancini.

“Aqui já foi constatada muitas irregularidades. As condições de uso do ônibus não ter autorização do DER, a não fornecimento de marmita e galão térmico de água para os trabalhadores, não existência de abrigos para refeição”, disse o procurador do MPT, Nei Messias Vieira.

Terceirização de mão de obra
Na mesma fazenda os fiscais encontraram outro grupo de 17 trabalhadores. Eles disseram que três não têm registro profissional e 14 tiveram a carteira assinada pelo turmeiro, pessoa responsável por formar os grupos e levar para a lavoura.

“Existe uma terceirização ilegal da mão de obra, então entendemos que o proprietário e produtor rural é quem deveria contratar os trabalhadores diretamente e não por meio de um turmeiro. Então o MP deve intimar esse produtor rural para que ele assine um TAC [Termo de Ajustamento de Conduta] para que passe a contratar diretamente o pessoal”, disse o coordenador do grupo móvel de fiscalização, Roberto Martins Figueiredo. Fala que terceirizar é irregular.

Sem hora de almoço
Na conversa com o fiscal o trabalhador admitiu que o grupo não faz uma hora de almoço porque ganha por produção. “O próprio trabalhador confessou para gente que ele precisa voltar a trabalhar o mais rápido possível. Isso tem que ser controlado pelo empregador. É fundamental que o trabalhador cumpra o seu intervalo para descansar”, disse Avancini.

Na fazenda até tem o refeitório móvel, onde há também um banheiro, mas não estava perto do local onde os trabalhadores estavam colhendo café e nem havia papel e sabão, como manda a lei trabalhista.

Dono diz que não sabia
O dono da fazenda, Eduardo Medeiros, será autuado pelas irregularidades constatadas na fazenda. Ele disse que não sabia de nada. “Tanto é que o pessoal que está trabalhando aqui, que a gente tem conhecimento, está tudo em ordem. A gente fez os banheiros químicos, o refeitório, a área de vivência. O pessoal do ministério do Trabalho de São José do Rio Pardo já veio fazer uma pré-visita e viu que estava tudo em ordem. Depois disso a gente não se preocupou mais” disse.

A suspeita de irregularidade na contratação dos trabalhadores só será confirmada depois que o dono da fazenda for notificado e convocado a apresentar ao Ministério do Trabalho a carteira profissional dos empregados assinada por ele. Se isso não ocorrer, ele será novamente autuado e multado.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!

Artigos relacionados