Os 266 trabalhadores da área frigorífica que participaram do estudo, entre homens e mulheres, foram divididos em três grupos: (1) expostos a ruídos entre 79 e 84,9 decibéis (dB(A)), nível considerado seguro pela Fundacentro, no Brasil; (2) expostos a ruídos entre 85 e 90 dB(A) e (3) expostos a ruídos na faixa de 90 a 98,8 dB(A), todos a um período de trabalho de oito horas. Segundo dados do artigo, os ambientes frigoríficos apresentam ruídos contínuos acima de 80 dB(A), o que pode promover perdas de audição.
Flávia Cardoso Oliva, uma das autoras do artigo, e colegas alertam sobre os riscos existentes na exposição a sons muito altos: “O risco de desenvolver perda auditiva em razão de exposição a ruído no ambiente de trabalho aumenta conforme o tempo de exposição em anos. Daí a necessidade do controle do ruído e do monitoramento auditivo anual. Entende-se como monitoramento auditivo a análise dos exames auditivos sequenciais comparados com o exame de referência, possibilitando a tomada de decisões em relação à audição do trabalhador”, afirmam na publicação.
Durante a pesquisa, a equipe realizou 63 exames. Os resultados mostraram que nos grupos 1 e 2 existia um início de desordem auditiva, pois não apresentavam queixas de zumbido nos ouvidos ou sensação de perda da capacidade auditiva, apesar da alta exposição a ruídos frequentes. Já o grupo 3 apresentou maior agravamento auditivo bilateral entre o primeiro e o último exame.
Assim, os pesquisadores concluem que, por haver piora auditiva nos três grupos de trabalhadores, mesmo entre os funcionários expostos a ruídos considerados dentro dos limites permissíveis no Brasil, deveria ser implantado um programa de orientação e treinamento para prevenir possíveis alterações do limiar auditivo.
Parabens,as observanções feitas na materia servem de alerta para os profissionais de segurança.
Infelizmente em nosso país ainda temos uma legislação ultrapassada não somente a nível de ruído, deveria ser revista de forma integral os limites de tolerância que são hoje referência, empregar limites mais restritos, utilizar novas técnicas para mitigar os problemas que o ruído pode causar nos trabalhadores, realizar inspeções nos ambientes de trabalhos e punir empresas que não respeitam a legislação e não agem para diminuir o ruído. Muitas vezes, não se precisa realizar grandes investimentos apenas realizar manutenção preventiva em máquinas e equipamentos, adotar o uso de equipamentos que emitam tanto ruído, tirar os motores quando possível dentro do ambiente de trabalho e colocá-lo em lugar apropriado.
Muitas vezes o empresário nem pensa nas condições que expõe seu trabalhador, pensa apenas no quanto que irá entrar em seu bolso. Ações punitivas são muitas vezes a solução para combater a negligência de muitos empresários, a melhor saída é a orientação e ensino.
Estou de acordo com o comentário do Samuel Duarte de Almeida, porém além do que ele escreveu com muito sucesso, o trabalhador em si não se preocupa, ou seja realizamos auditorias comportamentais e na maioria dos casos ao serem abordados e ou orientados a maioria faz de conta que não está nem aí, ou seja basta nós virarmos para que não utilize realmente a proteção auditiva.
Realmente é muito difícil conscientizar.
CONCORDO COM O COMENTÁRIO DE TODOS, MAS, SE NÃO COMBATERMOS SEMPRE A PERDA AUDITIVA NOS LOCAIS DE TRABALHO SEREMOS UM PAÍS DE SURDOS..
Concordo com o comentário de todos os colegas, aliás, sempre achei que o limite de tolerância à ruídos no Brasil está ultrapassado. Trabalho num ambiente onde o ruído do mesmo está entre 75,3 @ 82,5 dB(A) e fui questionado por um trabalhador que no local de trabalho dele, o ruído não ultrapassava o limite que é de 85dB(A). Expliquei para o mesmo que o agravante é ele estar mais de 8h dia nesta frequência de ruídos e ao longo período. Após um longo dds individual, o mesmo entendeu a gravidade do cenário e fez, ao modo dele, uma pergunta que repasso para vocês. “Por que o órgão responsável pelo controle de barulho (ruído) não faz uma revisão sobre esse limite”?